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O olhar estudantil sobre a ética e a corrupção (Maria do Socorro Pedrosa de Araújo), 2017 - 2020.
Nome da Pesquisa: O olhar estudantil sobre a ética e a corrupção
Data: 2017 - 2020
Instituição Financeira: Fundaj
Equipe de Pesquisa: Agostinho Odisio Neto, Drª. Janirza Cavalcante da Rocha Lima, Dr. Luís Henrique Romani de Campos. Colaboradores Externos: MSc. Cedric John Ayres
Coordenador: Drª Maria do Socorro Pedrosa de Araújo
Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo principal gerar subsídios para as políticas de educação direcionadas ao aprimoramento da cidadania, tendo como base o fortalecimento de comportamentos comprometidos com os princípios éticos que contribuam para uma convivência cidadã e para a promoção da justiça social. A pesquisa foi direcionada a alunos e alunas do ensino médio de escolas públicas e privadas da cidade do Recife, mas também envolveu opiniões de professores, coordenadores e gestores desses mesmos estabelecimentos de ensino, com o propósito de elucidar não apenas o espaço dado pelas escolas à temática abordada, mas também conhecer um pouco do que pensam esses profissionais da educação sobre essas questões.
Os procedimentos metodológicos adotados foram definidos a partir do pressuposto de que o comportamento ético se constrói por meio da prática, e, por conseguinte, a ética coletiva se sobrepõe à ética individual, daí a necessidade de se propiciarem ambientes que favoreçam a prática de ações consoantes com os princípios éticos. No tocante à questão central da pesquisa, ou seja, na abordagem sobre a Corrupção, a opinião preponderante, tanto dos estudantes como dos professores, é de que é impossível combater a corrupção no Brasil porque ela está em toda parte, faz parte da cultura do brasileiro, está enraizada. Já na visão que têm do futuro, as opiniões dos estudantes e dos professores divergiram. Os primeiros, em sua maior parte, reconheceram que o país precisa melhorar muito no que diz respeito ao aprimoramento do comportamento ético e, trazendo um pouco de otimismo no final da pesquisa, disseram acreditar que podem contribuir para isso. Já os professores, em sua maior parte, apresentaram uma visão pessimista. Quando perguntados se o contato com os jovens os leva a crer num país melhor no futuro, a maioria respondeu negativamente, apesar de haver anteriormente dito acreditar na possibilidade de poder contribuir com o seu trabalho para combater a corrupção. Já os diretores e coordenadores mostraram-se mais otimistas em relação ao futuro, pois, ao serem interrogados sobre se estamos ou não caminhando para um país mais ético, a maioria respondeu positivamente.
Não obstante a desesperança de parte dos profissionais de educação quando questionados a respeito de sua crença num futuro melhor do país, do ponto de vista ético, a pesquisa nos deixa um legado otimista quando nos detemos nas respostas obtidas dos alunos. Apesar de a maioria dos estudantes haver concordado com a frase “O Brasil é um país de corruptos”, essa mesma maioria disse acreditar na possibilidade de uma mudança nas atitudes. Em outro momento da pesquisa, ao serem instigados a manifestar a visão que têm sobre o país, do ponto de vista da Ética, a opinião preponderante, independentemente da categoria de escola e do período cursado, foi de que o país precisa melhorar muito e que eles podem contribuir para essa evolução, deixando assim implícita a disponibilidade para colaborar para essa mudança.