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A qualidade da educação e a elaboração de indicadores para subsidiar políticas de educação e cultura
Responsável pelo projeto/atividade:
MAURICIO ANTUNES TAVARES
Lattes
Equipe envolvida no projeto/atividade:
Mauricio Antunes, Cibele Rodrigues; bolsistas PIBIC: Thyara Freitas, Julya Vasconcelos (2018-19), e Irene A. M. da Silva(2019-20); mestrandos PPGECI - Nivaldo Aurélio Leo Neto, Marcos Antonio Soares, Ednoam Padre da Silva
Parcerias:
UFPE (ACT nº 70/2017 - processo nº 19668/2017-07 UFPE) - Prof. Rui Gomes de Mesquita e Profª Karina Valença (CE/UFPE), Profº Ana Emilia Castro (Neafi/Pró-Reitoria Extensão/UFPE); bolsistas de graduação: Josenilda Maria Avlis, Sandro Silva, bolsistas Mestrado (PPGE/UFPE) Manuela Dias, Thiago Antunes; consultoras especialistas Carla Dozzi, Kelly Cristina Alves e Karla Teresa Amélia Fornari de Souza; coordenadoras e técnicas do Comitê Territorial de Educação Integral de Pernambuco Glauce Gouveia, Rosevanya Albuquerque e Samira Bandeira.
UFRPE - Profº Caetano De’Carli
Breve descrição:
Tendo como foco as práticas educativas que se constituem a partir da cultura, da arte e do imaginário popular brasileiro, as ações desenvolvidas neste projeto, iniciado em 2017, convergem, neste momento, para a fase final de conclusão, a saber, a divulgação científica, já iniciada, mas que ainda tem pendente a publicação de dois livros resultantes da pesquisa e o lançamento destas publicações em seminário que, para além de apresentar os produtos já realizados, tem como um segundo objetivo servir como base para a consolidação de um projeto subsequente, já em elaboração e negociação com parceiros.
Este projeto em finalização, foi realizado a partir de processos interdependentes, de aprofundamento dos estudos sobre as relações entre educação e cultura, possibilitando a construção de uma base teórico-metodológica, testada e aperfeiçoada na investigação empírica sobre práticas artísticas e culturais desenvolvidas em escolas e/ou organizações sociais promotoras de atividades socio-culturais-educativas.
Realizamos a pesquisa de campo nos territórios abaixo relacionados, com as situações/instituições envolvidas:
- Santa Maria da Boa Vista, Pernambuco: Assentamentos da Reforma Agrária, comunidade quilombola, escolas do campo;
- Recife, Pernambuco: Movimento Salve o Casarão, Escola de Arte João Pernambuco.
- Garanhuns, Pernambuco: Comunidade Quilombola de Castainho, escola do campo e grupo de mulheres;
- São Paulo/Carapicuiba, São Paulo: Escola Municipal Amorim Lima (Butantã); Pró-Saber (Paraisópolis); Oca Escola Cultural (Carapicuiba);
- Florianópolis, Santa Catarina: Instituto Estadual de Educação.
- Taguatinga, Distrito Federal: Mercado Sul, ocupação dos coletivos independentes de cultura;
- Belo Horizonte/Ibirité, Minas Gerais: Fundação Helena Antipoff/Escola Sandoval Soares de Almeida; Ocupação Eliana Silva/Creche; Fórum dos Movimentos Sociais/Gabinetona; Santarém, Pará: Escola da Floresta, Escola do Parque, Escola do Campo Irmã Dorothy.
O processo de construção e análise de dados foi entrecruzado com Rodas de Diálogos que envolveu a participação de muitos dos atores diretamente envolvidos nos projetos que eram objetos de nossa pesquisa, além da colaboração de especialistas. Essas rodas de diálogo serviram para aperfeiçoar a construção e análise de dados, que foram novamente apresentados no IV Forum Nacional de Educação Integral, realizado em dezembrode 2017 em Recife. O processo de construção e análise de dados foi se consolidando, conforme já explicado no Relatório Parcial da pesquisa (Março de 2018) e, com o aprofundamento das análises, os resultados da pesquisa foram apresentados no Simpósio Internacional Educação e cultura: experiências diaspóricas e o "popular" na América Latina, realizado na Fundaj em Dezembro de 2018.
Em 2019 consolidamos os textos organizando duas publicações. Uma delas, o livro Nós para atar e desatar: relações entre educação e cultura (autores TAVARES, Mauricio Antunes e MESQUITA, Rui Gomes de), está totalmente editado e aguarda a impressão pela Editora da UFPE). O outro livro, uma coletânea com vários autores, está em processo de revisão e edição de texto.
Além destes resultados, os professores envolvidos na equipe também orientaram trabalhos de conclusão de PIBIC e dissertações de Mestrado, de todos os alunos relacionados na equipe. Contando só os estudantes vinculados à PIBIC e ao PPGECI tivemos 3 dissertações de mestrado e 2 trabalhos de iniciação científica (mais 1 em andamento).
Objetivo geral:
Construir indicadores para subsidiar ações e programas das políticas de cultura e educação nos territórios educativos, que convergem para a dimensão intersetorial.
Objetivos Específicos:
Identificar e analisar aspectos presentes nas práticas culturais vivenciadas nas escolas e/ou organizações sociais vinculadas, por meio da percepção dos sujeitos envolvidos (estudantes, professores, gestores, mestres, educadores populares, agentes culturais e comunitários).
Compreender a relação entre atividades artísticas e culturais e processos de aprendizagem, a partir da percepção dos agentes.
Identificar variáveis que incidem sobre a qualidade da educação na relação com as vivências culturais proporcionadas por projetos pedagógicos que vinculam a educação à cultura.
Justificativa:
A qualidade social da educação está diretamente relacionada às formas como a educação se "encaixa" em cada contexto cultural e em cada momento histórico das nossas sociedades. Portanto, literalmente, a educação não é algo estático, definido, mas sempre um processo em movimento, sempre parte das formas como uma sociedade olha o seu passado, constrói o seu presente e projeta-se para o futuro. Este projeto dá continuidade a projetos anteriores, como, por exemplo, a Avaliação do Plano de Ações Regionais para a Educação, executado pela CGEE entre 2008 e 2012, tomando, desta feita, como objeto central de estudo, as relações entre educação e cultura, especialmente quando são os projetos culturais que "tomam de assalto" os ambientes educacionais, como, por exemplo, quando músicas, danças, capoeira, teatros, artes visuais, festas populares, contos populares e literatura, etc, se constituem como o "ponto de partida" de processos educativos amplos, dentro do ambiente escolar e fora dele - em instituições culturais, em associações comunitárias, organizações não governamentais, etc - e oferecem caminhos para integrar conhecimentos, saberes e fazeres originados de nossa diversidade cultural ao que denominamos Educação. Seja em programas governamentais, como o Mais Cultura na Educação, seja em iniciativas outras, governamentais e não governamentais, a pesquisa voltar-se para o estudo das condições e contexto em que ocorrem tais projetos para produzir conhecimentos que, sistematizados, oferecem subsídios para a inovação em políticas de educação e de cultura.
Público-alvo:
Professores e gestores da rede pública de educação básica; educadores de museus e outros educadores culturais; gestores culturais; educadores sociais de organizações não governamentais; técnicos das áreas de educação e cultura em instituições governamentais e não governamentais
Abrangência:
Nacional, com pesquisa de campo em 8 territórios educativos localizados em todas as regiões do país (Nordeste - 3); Centro- Oeste (1); Norte (1), Sul (1), Sudeste, (2)
Resumo: Pesquisa de caráter qualitativo sobre experiências em que a articulação entre práticas artísticas e culturais são percebidas, pelos sujeitos envolvidos, como elemento fundamental a melhorar os processos de ensino e aprendizagem, facilitando a apreensão das linguagens, porém, ultrapassando essa dimensão na medida em que também fortalece os vínculos sociais entre instituições educativas e comunidades, e favorece o desenvolvimento de capacidades cognitivas, criativas, afetivas e críticas. A pesquisa evidencia as necessidades diferenciadas de grupos sociais que não se adequam ao modelo cultural hegemônico do sistema escolar, que privilegia a racionalidade técnico-científica ocidental, deixando claro o impacto deste desencontro cultural entre o sistema escolar e as culturas das classes populares, que se materializa na incompletude do direito à educação, e faz aflorar, como consequência, as reivindicações em torno da transformação dos sistemas educativos para acolher diferentes grupos sociais. A pesquisa mostra que, quando ocorre uma aproximação entre as práticas educativas com as culturas locais, potencializam-se processos de significação que ampliam os conhecimentos de todos os sujeitos envolvidos. Com base nos análises dos dados, por fim, foram propostas medidas para subsidiar políticas que visem provocar a interação entre educação e cultura, ou seja, políticas que promovam a contextualização da educação aos ambientes humanos e geográficos em que ela se insere (por exemplo, a educação para o semi-árido). Portanto, o projeto de pesquisa vem contribuindo significativamente para a construção de conhecimentos que favoreçam a articulação entre políticas educativas e políticas culturais, com vistas ao desenvolvimento humano e social sustentável. O trabalho de campo foi realizado em 13 territórios educativos, distribuídos em sete estados das cinco macrorregiões geográficas do país, ao longo da vigência da pesquisa (11 territórios em 2017, um em 2018, e um em 2019). Para contemplar a diversidade cultural do país, consideramos as diferenças na configuração social do projeto no tocante à relação Estado e sociedade, e os diferentes contextos socioculturais das experiências desenvolvidas no campo/meio rural e nas periferias de grandes centros urbanos, bem como as diferenças regionais e locais existentes neste imenso país.