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9 - Praiá (Povo Pankararé)
Cícero Marruá
Caroá e penas, 2008
Glória, Bahia
Veste ritual utilizada nas práticas religiosas de diversos povos indígenas originários do nordeste brasileiro. Está relacionada ao Toré, ritual comum a vários povos, como os Pankararu e Pankararé, ao longo do qual são invocados os Encantados, entidades espirituais dessas tradições indígenas cuja representação física é o Praiá. Composto por duas partes, a máscara ou casaco, chamado Tanam, e a saia, seu objetivo é preservar a identidade do dançador, que ao vesti-la, seguindo os preceitos religiosos, se torna o próprio Encantado.
Confeccionado em palha de caroá (também conhecido como croá) por um artesão especializado, o Praiá foi adquirido em 2008, juntamente com outras 130 peças oriundas de 8 nações indígenas dos estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe, para compor o acervo do Museu do Homem do Nordeste, no contexto do planejamento da exposição “Nordeste: Territórios Plurais e Direitos Coletivos”, que estava sendo concebida. Chama atenção o fato de que o objeto não possui grafismo da etnia ao qual pertence, sendo isso justificado pelo fato de que a peça em questão não passou pelo ritual sagrado, tendo sido confeccionado com a finalidade de ser exposto ao público, juntamente com objetos oriundos de outras nações indígenas da região como os Xucuru, Fulni-ô, Trucá e mesmo de seus “primos” Pankararu.
Síntese a partir do texto de autoria de Edna Maria, Elida Nathália para a publicação 40 Anos em 40 Peças, comemorativa aos 40 anos do Muhne, a ser lançada em breve.