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8 - Cágado Cultural
Véio (Cícero Alves dos Santos)
Madeira policromada, 2005
Nossa Senhora da Glória, Sergipe
O Museu do Homem do Nordeste - Muhne realizou em 2005 o EcoFestival do Baixo São Francisco e assim foi montado Salão de Arte Popular do São Francisco - Polo Xingó, no qual contou com 71 peças dos diversos artesãos da região do baixo São Francisco, celeiro de rica produção na arte popular. Ainda em 2016 o Muhne adquiriu, para compor sua coleção de arte popular, todas as que fizeram parte do Salão. Na ocasião foram adquiridas duas obras de autoria do artista escultor Cícero Alves dos Santos, uma delas leva o título de “Cágado Cultural”.
Cícero Alves dos Santos, o Véio (Nossa Senhora da Glória – SE, 1948). O nome foi em homenagem ao Padre Cícero, já o apelido recebeu ainda criança por gostar de ouvir histórias dos mais idosos. Autodidata, em seu trabalho o artista utiliza madeira, em formato original, para criar esculturas híbridas, de cores fortes, de diferentes dimensões, representando homens, mulheres, crianças, animais, que nos remete ao seu universo cultural e imaginário fantástico. Os personagens que produz têm vida e movimento, falam das alegrias e tristezas do sertanejo. A exemplo da peça Cágado Cultural, com as palavras do Veio explica que: “É como anda a cultura no Brasil. Devagar como um cágado”.
Para o Museu do Homem do Nordeste a peça Cágado Cultural tem um valor estético, cultural, antropológico, na medida em que Cícero Alves dos Santos, o Véio, nos traz toda beleza de sua arte impactante, ao tempo que nos faz refletir sobre os problemas sociais e culturais pelos quais ainda passam grande parte do povo brasileiro.
Síntese a partir do texto de autoria de Silvana Araújo para a publicação 40 Anos em 40 Peças, comemorativa aos 40 anos do Muhne, a ser lançada em breve.