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21 - Boneca de Pano
Tecido, século XX
Origem não identificada
Esta boneca de pano foi doada ao Museu de Arte Popular do então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, no ano de 1975. Integra uma diversificada coleção de bonecas hoje pertencente ao Museu do Homem do Nordeste sendo um exemplar produzido com retalhos de tecidos diversos, nos moldes das bonecas para brincar. Na mesma coleção há uma diversidade de modelos que retratam tipos populares, vestimentas, costumes, festas e religiosidades. Elas representam uma transformação na arte de “fazer bonecas”, quando deixam de figurar apenas como brinquedo e passam a ser fabricadas também como objeto de decoração ou representativo de traços culturais da população. Neste sentido, a boneca de pano adquire o importante papel de contar a história de um povo, uma vez que seus traços refletem o imaginário de uma cultura e seus materiais informam particularidades de uma comunidade ou da sua região.
Alguns autores relatam a existência de bonecas nas tribos indígenas brasileiras, onde eram feitas de barro, madeira e pano. Elas representavam divindades ou eram usadas como brinquedo para meninas, simulando atividades cotidianas. Outros defendem que as bonecas foram trazidas para o Brasil pelos europeus, como brinquedos de criança e como parte das prendas domésticas das noivas. Há também os que afirmam que as bonecas de pano chegaram ao Brasil com os escravos e aqui se transformaram em elemento lúdico das crianças carentes.
Síntese a partir do texto de autoria de Rosilene Farias para a publicação 40 Anos em 40 Peças, comemorativa aos 40 anos do Muhne, a ser lançada em breve.