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Lula Cardoso Ayres
LULA CARDOSO AYRES, IMPREGNADO DE POVO E DE NORDESTE
Paulo Gustavo
Escritor e Mestre em Teoria da Literatura
Há um século, num setembro luminoso do Recife, nascia Lula Cardoso Ayres, o grande pintor pernambucano de quem Gilberto Freyre escreveu que estava “impregnado de povo, de região e tradição”. Um artista versátil e senhor de várias técnicas pictóricas e gráficas (foi, por sinal, um pioneiro da criação de marcas comerciais no Brasil) e autor de cenários teatrais e de vários murais e painéis em cidades como Recife, Natal, São Paulo e Salvador. Muitos dos seus quadros integram hoje o acervo de museus brasileiros e coleções particulares da América do Norte, da América do Sul e da Europa.
Amigo de Gilberto Freyre, dizia que este último lhe abrira as portas para uma visão social e “para as coisas que estavam mais perto da gente”. É provavelmente dessa proximidade e desse parentesco espiritual com o escritor e sociólogo pernambucano que resulta a presença de Lula Cardoso Ayres no acervo da Fundação Joaquim Nabuco, instituição, como se sabe, criada em 1949, pelo autor de Casa-grande & Senzala, como Instituto Joaquim Nabuco e voltada para os estudos regionais nordestinos.
Lula Cardoso Ayres no Acervo da Fundação Joaquim Nabuco, elaborado pelas bibliotecárias Lúcia Gaspar e Virgínia Barbosa da Silva e pelo museólogo Albino Oliveira, técnicos da Diretoria de Documentação, resulta de acurada pesquisa em diversos setores dos três câmpus da Fundaj e seu resultado não poderia ser melhor. É trabalho em que ressurge, múltiplo e de corpo inteiro, os vários Lulas que todos nós admiramos: o pintor, o desenhista, o ilustrador de livros, capas de discos e periódicos, o fotógrafo e o artista telúrico, todos eles catalogados com vistas a franquear ao pesquisador de hoje e de amanhã uma rica documentação e, portanto, :: uma preciosa fonte de estudos e consultas.
Recife, 24 de setembro de 2010.
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