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Fundação Joaquim Nabuco 60 Anos
Rita de Cássia Barbosa de Araújo
Diretora de Documentação
Em 1949 — ano de criação do Instituto Joaquim Nabuco, atual Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) —, o Brasil era um país predominantemente rural e católico, marcado por altas taxas de analfabetismo e de mortalidade infantil e fendido por gritantes desigualdades econômicas, sociais e regionais, ainda hoje não superadas. No campo das pesquisas sociais, no entanto, área de competência do então Instituto, a década de 1940 mostrara-se promissora: consolidaram-se a Universidade de São Paulo (1934) e a Universidade do Brasil (Rio de Janeiro, 1935) e fundou-se a Universidade do Recife (1946). As difíceis condições de vida das classes trabalhadoras, principalmente as do campo, tornaram-se objetos de pesquisas e análises científicas, ensejando estudos como Geografia da fome, de Josué de Castro, publicado em 1946; e a própria criação do Instituto Joaquim Nabuco, fruto de projeto proposto ao Congresso Nacional pelo deputado federal Gilberto Freyre.
Percorrer os títulos arrolados neste inventário relativo à memória institucional do fazer técnico, científico e cultural da Fundação Joaquim Nabuco, mesmo sem lhes desvendar os conteúdos, permite ao leitor vislumbrar marcos da trajetória histórica de uma das mais longevas instituições públicas do Brasil republicano: suas áreas de atuação e campos de interesse intelectual, expansão e diversificação de papéis e funções ao longo de seis décadas de existência, período em que, ao objetivo precípuo de realizar pesquisas sociais, somaram-se os de registrar, preservar e difundir o patrimônio histórico e de promover a cultura brasileira. Trata-se de um guia de fontes de pesquisa que fornece substratos concretos para identificar como uma dada e particular instituição pública federal, situada na Região Nordeste do Brasil, articula-se e relaciona-se com as demais instâncias e grupos da sociedade nacional e internacional; para que se construam análises sobre o papel histórico e a inserção da Fundação e, por projeção, do próprio Estado nacional na sociedade brasileira.
Em boa hora, Lúcia Gaspar e Virgínia Barbosa, organizadoras deste inventário, auxiliadas por Carlos Ramos, Elizabeth Dobbin, Margarida Cardoso, Maria Falcão e Letícia Bandeira, encontraram promissora maneira de homenagear a Instituição que, além disso, honra a todos nós, admiradores, usuários e servidores da Casa como também profissionais devotados à documentação, à pesquisa, à preservação e à difusão da memória histórica e social e da cultura brasileiras.
Recife, 22 de maio de 2009.
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