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Terceiro dia de seminário de 10 anos do PPGECI debate conservadorismo na educação
Em mais um dia de celebração aos 10 anos do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades (PPGECI), a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) debateram o conservadorismo na educação. A discussão aconteceu nesta quarta-feira (4), durante o “Seminário Internacional Integrado Educação, Culturas e Identidades: quais desafios para a reconstrução democrática? - 10 anos PPGECI - Encontro de Saberes e Comunidades Educativas - IV Encontro de Egressos e Egressas”. Intitulada “Novas direitas e conservadorismos na educação”, a mesa redonda contou com participações de Nora Gluz (Argentina), Catarina Gonçalves (UFPE) e Carolina Falcão (UFRPE), e coordenação de Luciana Marques (Fundaj/UFPE). A celebração segue até 7 de dezembro
Confira a cobertura do primeiro e segundo dia:
Refletindo sobre a temática a partir do contexto da América Latina e, mais especificamente, da Argentina, a professora Nora Gluz conduziu as discussões para responder a perguntas como: “de que forma entender a constituição da direita radical como novo ator político e seu impacto na reconfiguração do campo das direitas?” e “quais são as consequências dessa perspectiva sobre o direito à educação?”.
Nora Gluz falou sobre a despolitização das desigualdades que desempoderam os grupos subalternos e a relação das direitas radicalizadas com a construção de novos enquadramentos. “Fazem isso através do emocionalismo irracional, ou o dispositivo do ódio como recurso político”, explicou. A professora compartilhou, ainda, experiências na Argentina e citou como uma das estratégias da extrema direita a redefinição do bem-estar social para o bem-estar individual.
Seguindo a mesma análise de como a extrema direita se relaciona com a educação, mas no cenário brasileiro, Catarina Gonçalves ressaltou que a liberdade do docente tem sido atacada no país porque “é a educação plural, diversa e subjetiva que a extrema direita busca desconstruir como projeto de sociedade”. A professora também apresentou a escola como um potente laboratório social e que deve, assim, ser “um lugar de pertencimento coletivo”.
Já Carolina Falcão provocou a reflexão a partir das ressonâncias que o conservadorismo provoca em diferentes sentidos - que por ele também são produzidos. “Não dá para pensar no avanço do conservadorismo sem pensar na agenda neoliberal”, iniciou. A professora destacou as diferenças nas perspectivas da sociedade após experiências de governos conservadores. “Eu acho que as experiências de desamparo, que levam o sujeito para a precariedade, vão levar o sujeito para algum estado de mudança.”
A programação do seminário internacional segue até o próximo dia 7, com mais reflexões, provocações e debates na Fundaj e na UFRPE.