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TCC da Especialização em Conservação e Restauração do Patrimônio Cultural Edificado da Fundaj é aprovado pelo Conselho de Preservação de Olinda
Os Chalés do Carmo, localizados à beira mar de Olinda e construídos no final do século XIX, entre os anos de 1893 e 1894, fazem parte da memória afetiva da cidade e integram o conjunto arquitetônico reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – (Unesco), em 1982, como Patrimônio Mundial Cultural. Os imóveis, comprados em 1902, pelo comerciante português, João Fernandes de Almeida, para as filhas Zulmira, Beatriz, Alice e Julieta, são de propriedade do Governo do Estado de Pernambuco, desde 1977 e encontram-se em desuso, em precário estado de conservação.
O estudo de Renata Borba foi apresentado no curso de Pós-Graduação em Conservação e Restauração do Patrimônio Cultural Edificado da Escola de Governo da Diretoria de Formação Profissional e Inovação (Difor) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). O trabalho propõe diretrizes para o desenvolvimento dos projetos que permitirão adaptar os imóveis relacionados a novos usos, compatíveis com a salvaguarda dos atributos neles reconhecidos, mas possibilitando que sejam ressignificados e reinseridos no contexto social da Cidade. A intenção é que sejam utilizados para abrigar a sede do Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda e o Conservatório Pernambucano de Música.
Renata Borba teve como orientador, o professor Pedro Henrique Cabral Valadares e a coordenadora pedagógica, professora Juliana Cunha Barreto. “Renata desenvolveu o trabalho com muita seriedade e determinação, além de estar sempre preocupada com a pertinência da proposta do trabalho. Nós discutimos muitos aspectos com frequência e assim ela foi, aos poucos, direcionando as etapas do trabalho para um resultado viável e coerente com as boas práticas da preservação do patrimônio cultural edificado”, destacou Pedro Valadares.
A autora do estudo explicou que, “como se trata de bens inseridos no Polígono de Tombamento Federal de Olinda, buscou-se, ao longo do desenvolvimento do trabalho, ouvir os diversos agentes envolvidos com os imóveis, desde especialistas, a moradores do sítio histórico e parentes dos antigos proprietários. Assim, foram descobertas informações que transformaram completamente a compreensão dos bens, especialmente, em virtude da obra realizada na década de 1970, que descaracterizou consideravelmente tais imóveis”. Indagada sobre sua expectativa, Renata Borba disse, que “esse será o documento de orientação para a próxima etapa, a partir da qual espera-se, num futuro breve, que novas histórias possam ser vividas no conjunto colorido do Carmo e agregar novos atributos ao bem tombado.”
Para a coordenadora da Especialização e professora da Banca de Defesa, Juliana Cunha Barreto, “ao mesmo tempo em que busca enfrentar desafios atuais do restauro em edificações do patrimônio cultural, o trabalho de Renata Borba preenche lacunas institucionais quanto às diretrizes e propostas projetuais, em um sítio histórico tombado pelo IPHAN, que foram discutidas e validadas em várias instâncias da gestão e muito bem avaliadas pelos membros da banca de defesa, desempenhando um importante papel para a sociedade, enquanto missão também do Curso de Especialização”, concluiu.