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Sexta edição da sessão “À Meia-Noite Te Levarei ao Cinema” trouxe humor do cinema brasileiro com longa “Espelho de Carne”
O tédio, a rotina e as agruras da classe média invadidos por desejos dos mais variados tipos. Essa é a proposta de “Espelho de Carne”, filme exibido na sexta edição da sessão “À Meia-Noite Te Levarei ao Cinema”, na Sala Derby do Cinema da Fundação, no último sábado (07/09).
Primeiro título nacional exibido na faixa, o longa contou com cópia em DCP 4K, restaurada por Débora Butruce, com alta qualidade de imagem. Com isso o público pôde experienciar com qualidade inédita a história sensual e fantástica do filme de Antonio Carlos da Fontoura, estrelada por nomes como Dennis Carvalho, Joana Fomm, Daniel Filho e Maria Zilda Bethlem.
“É um filme que pouca gente viu, no sentido de que estava mais esquecido, só tinha cópias muitos ruins em VHS depois da passagem pelo cinema, que faz 40 anos. Então é um bom momento para redescobrir esse filme”, declarou Ernesto Barros, curador do Cinema da Fundação, na fala de abertura da sessão.
“O filme tem uma proposição bem curiosa, uma provocação de tentar escancarar alguns tabus da classe média brasileira. Essa é uma versão restaurada em uma qualidade excelente que conseguimos com o [diretor Antonio Carlos da] Fontoura”, concluiu Luiz Joaquim, coordenador do Cinema da Fundação, na apresentação de “Espelho de Carne”.
Após a fala de aberta, Antonio Carlos da Fontoura, diretor de "Espelho de Carne", apareceu em mensagem gravada recitando o poema incluído na obra como um prólogo temático. "O coração tem duas casas, moram nele sem se ver. Numa a dor, noutra o prazer. Cuidado, prazer, cautela. Canta e ri, mas devagar. Não vá a dor acordar", declamou o cineasta.
As designers Thais Gonçalves e Cecilia Sobral compareceram juntas à sexta edição da sessão “À Meia-Noite Te Levarei ao Cinema”. Indo pela primeira vez à faixa especial do Cinema da Fundação, elas se declararam atraídas tanto pela sinopse de “Espelho de Carne” quanto pela experiência proporcionada pela sessão. “É uma programação diferente de ter no Recife. Acho que é uma coisa legal você ver a cidade de uma outra forma, em um horário em que você normalmente não sai para ver filme”, revelou Thais.
“Esse ano eu estou com uma meta de ver 50 filmes brasileiros. Eu via muito filme inglês, muito filme americano, francês… E aí eu me encontrei com umas pessoas que fazem um trabalho no TikTok e na internet, que desmistifica um pouco da ideia do cinema que é produzido e que foi produzido no Brasil. E então venho vendo muitos filmes brasileiros ao longo desse ano, e a sinopse deles sempre me chama atenção”, destacou Cecília.