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Sessão gratuita Chama Curtas exibe filmes experimentais “digilógicos” no Cinema da Fundação
O Cinema da Fundação recebe neste sábado (26) mais uma edição da sessão Chama Curtas, que apresenta o programa “Digilógico”. Com entrada gratuita e início às 15h40 na sala Porto, no bairro do Recife, o programa reúne quatro curtas-metragens experimentais imersos nas texturas visuais do cinema digital e analógico. O Cinema da Fundação é vinculado à diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
Na ocasião, o curta “O Olho e o Espírito” (PE, 2017), de Ander Beça, abre a programação. Filmado em 16mm, o trabalho dissolve imagens da cidade do Recife em preto e branco, criando uma atmosfera de mistério através da sobreposição de planos e ruídos sonoros. O filme é um exemplo da busca por uma poética analógica em pleno século XXI. Na sequência, será exibido “Ashes” (Tailândia, 2012), dirigido por Apichatpong Weerasethakul, cineasta vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Produzido em parceria com a Lomo e o site Mubi, o curta explora momentos íntimos e registros do cotidiano do diretor, justapostos a fragmentos de memória e crítica social, capturados com a câmera LomoKino.
Um dos destaques da sessão é “Trabalho de Amor Perdido” (RJ, SP, 2024), de Vinícius Romero, ainda inédito no Recife. Selecionado para a Mostra Foco do Festival de Tiradentes de 2025, o filme representa o ápice do que Romero define como método “digilógico”: uma montagem fluida e sensorial que valoriza a imanência das imagens e sua potência estética autônoma. Fechando a sessão, será exibido pela primeira vez na cidade o curta “Do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto” (CE, 2025), realizado por Weyna Macêdo, Lucas Parente, Adeciany Castro e Mariana Smith. O filme traz imagens documentais captadas com película vencida, resgatada de um depósito da Aeronáutica no Recife. A obra revisita o histórico movimento religioso e comunitário ocorrido no Ceará entre 1926 e 1937, brutalmente interrompido pela repressão estatal à época.
A curadoria é assinada pelos monitores assistentes de programação Felipe Karnakis, João Rêgo e Yuri Lins, que afirmaram a sessão como “uma investigação sobre estes dois modos de fazer cinema e as narrativas que emergem quando essas linguagens se sobrepõem ou se confrontam”. Após a sessão, Felipe Karnakis e João Rêgo promovem um bate-papo com a cineasta Weyna Macêdo, a fim de dialogar com o público sobre os processos criativos e as escolhas formais por trás das obras apresentadas.
Serviço:
Chama Curtas – Especial “Digilógico”
Data: Sábado, 26 de abril
Horário: 15h40
Local: Sala Porto (Cais do Apolo, 222 - 16º andar - Recife, PE)
Entrada: Gratuita (retirada de ingressos na bilheteria no dia da sessão)