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Seminário de Tropicologia discutiu atuação da Sudene e perspectivas para seu futuro
Após 63 anos de sua criação, a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) passou por várias mudanças e atualmente exerce funções diferentes do seu início. Tendo como conferencista o jornalista e membro da Academia Pernambucana de Letras (APL) José Nivaldo Júnior, o economista Sérgio Buarque e o jornalista Ivanildo Sampaio, a 426ª edição do Seminário de Tropicologia debateu a atuação da instituição, nesta terça-feira (28). O evento, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, discutiu o tema “Sudene: Passado e Futuro”, continuidade da que foi realizada em abril, com o tema “A Sudene e o seu inventor'', desenvolvida pelo economista Clemente Rosas.
Segundo a coordenadora do Seminário, a antropóloga e escritora Fátima Quintas, todos os conferencistas manifestaram o desejo de dar continuidade à discussão. “Dessa vez teremos uma inovação: três conferencistas irão palestrar. Com esse novo modelo, esperamos mais dinâmica e participação, e estamos ansiosos para um diálogo livre e verdadeiro”, iniciou a escritora.
Durante sua participação, José Nivaldo Junior fez um breve histórico sobre a instituição. Ele explicou que até certo momento não existia interferência do estado na economia. Até que Celso Furtado propôs a criação de uma entidade que interferisse e articulasse, visando o desenvolvimento econômico da região, algo moderno para a época. Sérgio Buarque levantou três pilares, que acredita serem essenciais, ao se pensar em novas estratégias: o esforço na formação de recursos humanos: qualificação de mão de obra (algo que é capaz de atrair investimentos); os investimentos na infraestrutura; e a inovação. “Uma política de desenvolvimento regional deve priorizar esses pilares, e essa Sudene que existe hoje não dá conta do tamanho dos desafios que temos”, concluiu.
Ivanildo Sampaio citou projetos antigos que foram realizados pela instituição, os quais o profissional trabalhou na cobertura jornalística de suas ações. Projetos notáveis para a época, inclusive a idealização do Complexo Portuário de Suape. Em sua vez, o seminarista Clemente Rosas também citou bons feitos da Sudene. “Afirmar que o Nordeste não reduziu a disparidade em relação ao País, não quer dizer que não melhoramos em condições de vida e desenvolvimento. Hoje existe saneamento em lugares onde não tinha, por exemplo”, afirmou.
Ao todo, o Seminário contou com a participação de oito seminaristas de áreas multidisciplinares, como a historiadora Ana Maria César e o engenheiro e economista Jacques Ribemboim.