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Seminário de Tropicologia debate as consequências da Covid-19
O Seminário de Tropicologia, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), chegou a sua 423ª edição, na sala Gilberto Freyre, campus Casa Forte. O tema debatido foi “A pandemia - Covid-19: Atuais e futuras consequências”, conduzido pelo médico, professor universitário, polímata e escritor Aurélio Molina.
Em seu texto de abertura, Fátima Quintas, coordenadora do evento, falou emocionada sobre o surgimento do seminário e a importância de debater o tema escolhido. "Eu acho que a medicina lhe traz a ideia de como entender não somente o ser humano, mas a sociedade, a enfermidade da sociedade e você a entende com uma dimensão humanística extraordinária", completou, dirigindo-se ao palestrante. O seminário estava sem acontecer desde o início da pandemia. Idealizado por Gilberto Freyre, o evento tem como objetivo debater temas atuais com caráter multidisciplinar, abordando áreas como sociologia, economia, engenharia e antropologia.
Aurélio deu início ao seminário com dados sobre a pandemia em níveis global e regional. Dentre as consequências abordadas por ele estavam a maior clareza da população sobre as variáveis que envolvem a doença ao mesmo tempo em que várias enfermidades tratáveis foram agravadas, já que muitas pessoas ainda estão evitando sair de casa para ir ao médico, por exemplo.
Saúde mental, social, existencial e espiritual também foram vertentes abordadas durante o seminário. “A consciência de vulnerabilidade da vida humana e planetária danificou a caixinha existencial, acarretando incertezas e inseguranças sobre as expectativas programadas”, contou Molina.
Ele ainda enfatizou o aumento da desigualdade durante a pandemia. Para Aurélio, a pandemia terá consequências negativas a médio e longo prazo em inúmeros aspectos e o enfrentamento das consequências têm que ser multidisciplinar.
Após o seminário, os participantes puderam falar sobre o tema e opinar sobre as vertentes que estudam. Ana Maria César destacou a importância da vacina para o enfrentamento e possível erradicação de doenças, como foi o caso da varíola, enquanto o pesquisador, economista ecológico e escritor Clóvis Cavalcanti falou sobre o impacto humano sobre a natureza.