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Semana marca ações do acordo de cooperação entre Fundaj e Prefeitura de Sairé
Uma imersão museológica e trocas de experiências marcaram a última semana na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Uma série de ações foram realizadas nos equipamentos culturais da instituição como resultado de um termo de cooperação técnica com a Prefeitura de Sairé, cidade do Agreste de Pernambuco. A parceria visa melhorias técnicas no Museu Municipal Horácio José dos Santos, localizado no município.
O Museu do Homem do Nordeste (Muhne) recebeu servidores do Museu Municipal Horácio José dos Santos e coordenou as atividades, com apresentação dos espaços do equipamento e de procedimentos, programas e projetos desenvolvidos para promover transformações sociais e culturais nas comunidades da região.
O objetivo era instruir a equipe para identificar e preservar o acervo, além de montar uma exposição e manter o diálogo com o público. Com tradições e referências culturais como a Festa da Laranja e o Buscapé, o Museu Municipal Horácio José dos Santos é uma entidade importante para manter a história e memória da cidade.
Preservação do acervo
No primeiro dia de visitas, às instalações da Villa Digital, da Biblioteca Blanche Knopf e da Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira (Cehibra), nos campi Casa Forte e Apipucos, fizeram parte do roteiro. Além de conhecer os equipamentos, o grupo trocou experiências com o educativo do Muhne sobre atividades e projetos e recebeu instruções dos técnicos sobre como catalogar, identificar e preservar acervos.
Processos como o de triagem, higienização das peças iconográficas, catalogação e digitalização foram repassados a fim de orientar sobre a preservação dos itens. Além disso, a equipe de Sairé discutiu sobre as políticas de acervo e cautela para receber e descartar peças. A coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf, Nadja Tenório, apresentou exemplares raros e explicou o funcionamento do equipamento da Fundaj.
Cinema e memória
No segundo dia de visitas, os educadores do Museu Municipal do Horácio José dos Santos conheceram a Cinemateca Pernambucana, onde foram introduzidos sobre a história cinematográfica do Estado e puderam conferir algumas obras, como a do jornalista e cineasta Geneton Moraes Neto.
De acordo com o diretor de Cultura de Sairé, Silvado Marcos, essa troca de experiência é importante para que seja possível tornar o museu municipal um personagem de visitação. “Muitos moradores não sabem o que é um museu ou o que é estar em uma sala de cinema Queremos levar a história e cultura da nossa cidade para atingir outros públicos”, pontuou.
A ação foi acompanhada pela coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne, Edna Silva, que destacou como o cinema pode ser um recurso para ajudar na perspectiva de formação do público junto ao museu, sendo também, parte de um espaço de memória.
No período da tarde, a equipe conversou e trocou experiências sobre museologia, restauro e conservação. A antropóloga Ciema Melo destacou a importância de se construir um museu a partir da história de cada lugar. "O museu é um lugar que conserva a memória de quem veio antes", ressaltou.
Fernando Alvim e Silvia Barreto falaram sobre planejamento de ações e atividades no Muhne, como as ações deste ano para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Já a restauradora do Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte (Laborarte), da Fundaj, Cecília Sátiro, destacou os cuidados com o restauro e conservação das peças do museu.
Por fim, os educadores do Museu Municipal do Horácio José dos Santos conheceram a reserva técnica do Muhne, onde milhares de obras do acervo estão guardadas. O grupo visitou as salas de escultura de barro, das garrafas de cachaça, entre outras.
O dia nas instalações do Museu do Homem do Nordeste e da Fundação Joaquim Nabuco marcam mais um passo do acordo de cooperação técnica entre a Fundaj e a Prefeitura de Sairé para garantir melhorias no museu do município.
Narrativas históricas
O ciclo de imersão museológica entre os museus encerrou nesta sexta-feira (22), após uma série de atividades e troca de experiências sobre a importância da preservação cultural de cada região
A equipe de educadores do Museu de Sairé conversou com a equipe do Muhne sobre como os objetos antigos podem ajudar na construção de narrativas históricas, sociais e culturais. Durante o percurso entre as salas que compõem o equipamento cultural, os educadores do Muhne explicavam como o museu se reorganizou na pandemia e os desafios encarados para que a comunicação com o público continuasse permanente.
Já no período da tarde, as equipes conversaram sobre a comunicação museal, quais são as melhores formas de estar em contato com o público e como construir a narrativa do equipamento em sintonia com a população.