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Roda de conversa sobre Capoeira Angola com Mestre Jogo de Dentro evidencia processo educativo da manifestação cultural
A sala 55, dos mestrados Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio) e de Educação, Culturas e Identidades (PPGECI), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), ficou pequena para abrigar o público que participou da roda de conversa “Capoeira angola, ancestralidade e educação, com o Mestre Jogo de Dentro”, no Seminário em Rede, realizado pelos Programas de Pós-graduação da Diretoria de Formação Profissional e Inovação (Difor), na manhã da sexta-feira (7), no Campus Ulysses Pernambucano, no Derby. O PPGECI é um mestrado em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Pesquisador da Fundaj, docente do ProfSocio e um dos coordenadores do encontro, Pedro Silveira, destacou o reconhecimento da importância da capoeira, na pessoa do mestre Jogo de Dentro, trazido, pela primeira vez, ao Recife, por uma instituição pública, para um debate dos mestrados com a comunidade de capoeira. "Deveria ser uma coisa normal a capoeira estar nesses espaços, mas pela história que a gente viveu e vive no Brasil, a gente sabe que não é essa a realidade. Registro a felicidade de ter o apoio da Fundaj nesse movimento", disse.
O mestre da Capoeira Angola falou sobre o processo de formação das novas gerações. "Capoeirista agressivo mostra que não tem técnica. No dia que você machucar alguém na roda, não peça desculpas. Você machucou porque quis. Se eu não quiser, eu vou parar o pé onde quiser e não bato. Capoeira é luta, mas hoje, a realidade é outra", afirmou o Mestre. A Capoeira Angola é marcada pelo ritmo mais lento e jogo cadenciado, sem demonstração de violência. O Mestre Jogo de Dentro é um dos mais reconhecidos representantes na atualidade. Sua formação foi pelas mãos do Mestre João Pequeno.
VISITA AO MUHNE
À tarde, o Mestre Jogo de Dentro teve a oportunidade de conhecer o Museu do Homem do Nordeste. Acompanhado da esposa Sandra Lopes, dos professores Pedro Silveira e Moisés Santana e de alguns participantes da roda de diálogos, acompanhou com atenção a exposição permanente do espaço, que retrata, de forma antropológica, as culturas negra, indígena e branca. A visita ao Muhne foi pensada para que o Mestre contribuísse com sugestões para pensar o tema capoeira na expografia do espaço.
Principalmente, neste momento em que o Muhne está realizando escuta pública para construção do Plano Museológico 2025-2030. "Fico feliz por saber que existe este museu, com toda essa riqueza e história. É preciso deixar todo esse legado aqui presente para as próximas gerações. Voltarei para casa mais forte, pois me aproximei ainda mais dos meus ancestrais”, destacou.O seminário Capoeira Angola encerra no sábado (8), com atividades durante todo o dia, no Campus Ulysses Pernambucano, no Derby. Das 8h às 12h, haverá vivência, movimentos e musicalidade de capoeira Angola com Mestre Jogo de Dentro. Das 16h às 19h, roda de capoeira com o mestre.