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Ricos relatos e apresentações cativantes encerram curso de Mediação de Leitura da Fundaj
Demonstrando a importância do acesso à literatura na comunidade escolar, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promoveu, nesta sexta-feira (16), a primeira edição do seminário "Mediação de Leitura: Construindo sentidos para a prática". O evento marcou o encerramento da quarta edição do curso de mesmo nome oferecido pela Biblioteca Blanche Knopf em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e a Prefeitura do Recife, por meio do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores.
A programação reuniu, na Sala Calouste do campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, os educadores que participaram das duas turmas (Iniciante e Avançada) neste ano. O projeto, que teve início em 2016, chegou a ser interrompido no período mais crítico da pandemia, mas foi retomado neste semestre.
O seminário foi aberto pela manhã, por volta das 9h, com um acolhimento cultural conduzido por Janaína Ângela e Marta Verônica, que incluiu a declamação de um poema e uma performance de dança. Na mesa de abertura, estavam o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, Mario Helio; a coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf, Nadja Tenório; e as representantes da Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE-PE) e do Programa Manuel Bandeira, Shirley Lacerda e Daniela Clivellari, respectivamente.
"A minha satisfação é assistir e ouvir o que vocês têm a apresentar. Esse curso é uma iniciativa pela qual eu tenho uma simpatia, além de institucional, pessoal. O mais difícil não é semear, é ensinar a ler. E isso é um trabalho muito sutil e sofisticado, e vocês estão de parabéns", ressaltou o diretor Mario Helio.
Já Nadja Tenório destacou o papel motivador da formação para fazer da biblioteca escolar um local atrativo e manifestou a intenção de ampliar o curso como especialização. "Ter professores dispostos a tornar esse espaço agradável, eu acho muito importante porque nós, como Fundação, estamos contribuindo para a melhora da educação por meio da leitura", afirmou.
Troca de experiências
Logo após as falas de abertura, as professoras responsáveis pela formação fizeram relatos sobre o processo de criação e desenvolvimento do curso. Primeiro, a pedagoga Érica Verçosa relembrou os primeiros momentos de concepção da atividade.
"Essa caminhada começou junto à Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias. A montagem dessa metodologia é fruto de um trabalho de contribuição da formação leitora em diversas comunidades deste país e, sempre, em parceria com as escolas e o nosso compromisso ativista com a educação", recordou.
Em seguida, a bibliotecária Cida Fernandez lembrou o desafio de paralisação durante a pandemia e o trabalho de retomada. "A gente seguiu [em contato] com essa turma para não perder o vínculo. A vida é uma roda viva e a gente tinha um grupo muito comprometido. Acho que foi isso que nos salvou mentalmente", comentou. Houve, ainda, uma homenagem aos alunos que faleceram nos últimos dois anos, Paulo André e Doricélia.
Depois de um breve intervalo, teve início a sessão "Relatos de experiências: sentidos e práticas", em que os educadores participantes apresentaram as ações que desenvolveram nas escolas onde atuam com base no que foi aprendido no curso de Mediação de Leitura. Só no turno da manhã, foram nove apresentações, que marcaram a conclusão da atividade.
Durante os relatos, um dos momentos mais emocionantes foi a apresentação da professora Aline Batista Coelho. Ela coordena o projeto Literomusical, que une música e literatura na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Ageu Magalhães, e trouxe dois alunos da unidade, que cantaram uma versão da música "Amor I Love You", deixando toda a plateia animada.
À tarde, outros trabalhos foram apresentados. Com um imenso sentimento de gratidão pelos aprendizados dos últimos meses, as alunas e o único aluno da iniciativa falaram de suas experiências nas escolas que trabalham. Para mediarem as leituras dos livros escolhidos em suas bibliotecas, relataram sobre dinâmicas de viagem mental, conversas sobre sentimentos e toda a criatividade envolvida para imergir e aguçar a vontade dos seus públicos pela leitura.
A partir do livro “Princesa Arabela”, a mediadora Marta Verônica da Silva desenvolveu um projeto sobre cultura afrodescendente. Já Dione Nascimento, trabalhou com seus alunos de Ensino Médio sobre medo e empatia, utilizando o livro “A Formiguinha e a Neve”. A biblioteca é um espaço de inúmeras possibilidades. Esse foi o aprendizado comum entre os participantes da iniciativa. Alegres, todos compartilharam que o curso abriu horizontes valiosos para seus ofícios como coordenadores de bibliotecas. “As aulas me fizeram enxergar o grande potencial que a biblioteca tem”, afirmou Dione Nascimento.