Notícias
Revista Ciência & Trópico lança edição comemorativa de 50 anos
Promoção de debates científicos e culturais de forma multidisciplinar e democratização do conhecimento são alguns dos compromissos da Revista Ciência & Trópico da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). E, no mês em que a instituição celebra seus 74 anos, o periódico semestral lança sua edição comemorativa de 50 anos.
“Celebrar meio século de um periódico científico da Fundação Joaquim Nabuco, o mais antigo da América Latina, e fundado pelo sociólogo Gilberto Freyre, é resgatar seu conceito de tempo tríbio”, conta a editora da revista desde 2007, Alexandrina Sobreira.
O volume 47, nº 1, da publicação contempla artigos de diversas áreas do conhecimento, como políticas públicas urbanas, antropologia, literatura, sociologia comparada, música, inovação e investimentos e estudos da fauna associada à transmissão de doenças.
Um dos artigos publicados na edição é “Quanto maior a mudança, maior a estagnação Pontezinha e Ponte dos Carvalhos, Pernambuco, Brasil, 1965-2022”, da Antropóloga Janice Perlman. O artigo é resultado de uma pesquisa da Doutora em Political Science and Urban Studies pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), no âmbito do acordo de cooperação entre a Fundaj e a Fulbright, que tem o objetivo de analisar de que forma a expansão da Região Metropolitana do Recife afetou a qualidade de vida da população dos dois bairros ribeirinhos. Para isso, ela observa e analisa fatores socioeconômicos e ecológicos, como o surgimento de indústrias, o desenvolvimento da área portuária e as transformações do turismo local.
Outra abordagem da edição comemorativa de 50 anos da C&Trópico é “A Produção Internacional da Ideia de Informalidade Urbana e os “Núcleos Urbanos Informais” no Brasil”. O artigo do professor e pesquisador visitante do Departamento de Planejamento Urbano e Política Pública da Universidade da Califórnia, Irvine, Renato Balbim, estimula o debate acerca da recente legislação de regularização fundiária brasileira, a Lei 13.465/2017.
Além desses artigos, o periódico visita o pensamento de Norbert Elias e Pierre Bourdieu para falar sobre o comportamento humano, reflete sobre colonialismos dos territórios africanos, analisa uma ficção autobiográfica do escritor Albert Camus, faz um estudo de caso da Empresa Natura, pesquisa sobre Beatles, Sexo, Drogas, Ciência e Rock ‘n’ Roll e aborda, ainda, a Sociologia da Culpa na representação dos pais no Brasíl e, noutra linha, um estudo da fauna em Minas Gerais.
“Autores de diversas formações, ideologias e acepções acadêmicas reafirmaram o valor da diversidade e da tendência para disseminar um conhecimento plurivalente. Esta é, sem dúvida, uma marca da Revista Ciência & Trópico”, celebra Alexandrina.
Sobre a Revista Ciência & Trópico
Idealizada em 1973 pelo sociólogo Gilberto Freyre para incentivar a produção científica na área de Ciências Sociais, a Revista Ciência & Trópico já firmou parcerias com instituições como Universidade de Salamanca, Universidade de Vanderbilt, Aliança Francesa, Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), Centred'Etudes Spatiales de la Biosphère (CESBIO), Latin America Studies Association (LASA), Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), entre outras.
No âmbito nacional, pesquisadores e pesquisadoras de Universidades Federais e estaduais de todo o país, além de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) fizeram suas contribuições.
A C&Trópico ainda integra redes de articulação de edições científicas, como a Associação Brasileira de Editoração Científica (ABEC) e a Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU).
A Revista Ciência & Trópico substituiu o Boletim do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais e, em seus 50 anos de atuação, contou com parceria dos seus profissionais com instituições de ensino e pesquisa da Europa, dos Estados Unidos e da América Latina. Para trazer essas reflexões à tona, mais de 350 pareceristas de diferentes regiões do Brasil e de todo o mundo fizeram suas contribuições.
“Ao pensar na renovação de tantos debates que evidenciam recordações e relevância dos fatos registrados nas edições, temos que ressaltar a memória afetiva evidenciada pelos autores, que permeia a assimilação e a interpretação do pensamento crítico sedimentado”, ressalta a editora-chefe da publicação, Alexandrina Sobreira.