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Representações irreais da escravização no Brasil em pauta no curso “22-22-22: modernidades, modernismos e contemporaneidade”
Um debate sobre as representações da escravização em obras de artistas europeus. A segunda aula do terceiro módulo do curso “22-22-22: modernidades, modernismos e contemporaneidade” aconteceu nesta terça-feira (22), na Sala Aloísio Magalhães, campus Derby da Fundaj.
Na penúltima aula do curso, o professor e pesquisador da Fundaj Moacir dos Anjos ministrou o tema “Defender os mortos e animar os vivos: resistências da arte à violência colonial contemporânea”. O conteúdo do encontro foi centralizado em análises de obras de artistas europeus, como Albert Eckhout e Jean-Baptiste Debret. Os mesmos retrataram o Brasil entre os séculos XVI e XI.
“A ideia de hoje é pensar no que essas imagens podem nos ensinar sobre a memória do Brasil. Sobre o que era o país há 200 anos atrás. Atualmente estamos num momento importante para pensar no que somos e no que podemos ser. Essas imagens são importantes e podem nos ajudar nessas questões”, afirmou Moacir. A proposta da aula abordou a forma suave que os artistas retrataram a violência da escravização. O grupo presente pôde conhecer também obras de jovens artistas contemporâneos que fazem releituras críticas das imagens antigas. Jaime Lauriano e Thiago Sant’Anna foram alguns dos mencionados.
“Debret geralmente mostrava corpos negros dispostos e saudáveis. Representações essas que minimizavam a violência. Essa normalização do olhar europeu sobre regiões colonizadas acabou sendo difundida em materiais didáticos, cartões postais e até em estampas de roupas. Mas jovens artistas negros têm confrontado essas memórias. Eles têm extraído os significados que elas sonegam.”, destacou o professor. A turma ainda visitou a exposição “Necrobrasiliana”, localizada na Galeria Vicente do Rego Monteiro, onde algumas obras dos artistas discutidos estão expostas.