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Projeto Atravessando Mundos explorou a ciência e o meio ambiente a partir de lendas e mitos
O que é verdade e o que é magia? Essa pergunta guiou o quarto módulo do projeto Atravessando Mundos, realizado de 12 a 16 deste mês, no Campus Anísio Teixeira da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Apipucos. Com o tema "Lenda ou Mito - O que os Cientistas Dizem", o módulo abordou a ciência por trás de figuras da mitologia e do folclore brasileiro a partir de experimentações e atividades lúdicas. A ação foi organizada pela Coordenação de Ações Educativas e Comunitárias do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), equipamento vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj.
Os participantes do Atravessando Mundos, que inclui jovens neurotípicos e neuroatípicos de organizações como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Colégio Murakami e Porãozinho dos Ventos, se envolveram em diversas atividades. Os alunos puderam escolher e desenhar figuras folclóricas e mitológicas, além de usarem tinta para produzir arte com os pés — atividade que também se relacionava com a lenda do Curupira — e com plantas de ninfeia. “Esse projeto tem mostrando potencialidade quando a gente a observa o avanço dos participantes, o envolvimento dos pais, as discussões acerca do formato, da duração, as experiências positivas que tem proporcionado a todos e todas envolvidos”, destaca Edna Silva, coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne.
Exploraram o cuidado à natureza, base de muitos mitos e lendas, e tiveram contato com imagens de personagens da mitologia, como Minotauro e o Pégaso, e do folclore, como Saci-pererê, Curupira e Boitatá. A partir delas, o professor e facilitador do projeto, Saulo Nogueira, explicou a relação dessas personagens com o mundo natural. “Muito mais importante do que a técnica — colagem, modelagem ou a história do Saci-pererê — é justamente essa relação para o neuroatípico: um colaborar com o outro, um ensinar o outro. Isso estimula a autoestima e o desenvolvimento deles”, disse.
Para a educadora Elaine Maria, do Colégio Murakami, o Atravessando Mundos é importante para o desenvolvimento dos jovens e sua interação com o mundo. “A integração com a história e com a natureza é muito importante para a formação deles”, observou. A jornalista Priscila dos Santos, mãe de Bento, 14 anos, o levou pela primeira vez e achou a experiência positiva. “Estou gostando bastante, porque é raro um projeto voltado para jovens. Vi aqui uma ótima forma de inserção, de pensar possibilidades para esses jovens. Você vê que seu filho é acolhido.”
Interação
A semana também foi rica para os acompanhantes e responsáveis, que conheceram o setor de microfilmagem da Fundaj e também tiveram um momento único de cuidado. Uma equipe profissional da Escola Iniciática de Reiki da Universidade Aberta do Terapeuta estava à disposição para aplicar essa prática da medicina alternativa neles. “Uma coisa que vem surgindo nesse projeto é a possibilidade de alguma ação com os acompanhantes e pais. A gente está trazendo nesta edição a participação dessa escola como possibilidade de trabalho com esses pais que ficam aguardando enquanto os jovens ficam comigo nas atividades”, explica Saulo Nogueira.