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Projeto “Uma Experiência Estética”, da Fundaj, faz imersão na cultura japonesa com literatura e debate
Uma imersão em parte da cultura japonesa por meio da literatura. Assim foi o encontro na Sala de Leitura Nilo Pereira, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), nesta quarta-feira (30).
Em celebração ao Mês da Cultura Japonesa 2022 no Brasil, a Biblioteca Blanche Knopf recebeu a pesquisadora e divulgadora científica Maria do Carmo de Oliveira para uma roda de leitura e debate sobre a obra “O Livro do Travesseiro”, de Sei Shônagon.
Considerada uma das principais obras da literatura clássica daquele país, o livro é, na verdade, um diário, composto por mais de trezentos textos que ilustram com detalhes o período Heian (794 d.C. – 1185), sob o olhar da autora.
A partir da análise da obra, os presentes puderam conhecer a estética, contexto político, participação das mulheres e outros aspectos sobre a cultura japonesa.
"Por ser um diário e ter essa perspectiva tão íntima de observar o cotidiano e o que ela acha interessante sobre rios, mares, festivais, cores, animais, e outros, para quem não tem nenhum tipo de contato com língua, literatura e cultura japonesa é uma porta de entrada, uma janela a partir da qual podemos ter uma proximidade com essa cultura. Permite imersão do leitor pela própria estrutura narrativa dessa obra", disse Maria do Carmo, que também é coordenadora do Clube do Livro de Literatura Japonesa Leonardo Ferraz e redatora do site O Retalho.
Ainda de acordo com a pesquisadora, Sei Shônagon foi uma dama de origem nobre, nascida em berço literário. "E ela, como fruto do seu tempo, foi educada dentro da intelectualidade para ser inserida na corte e trazer prestígio à família, teve uma das melhores educações literárias e isso aliado à personalidade dela, conhecida como uma pessoa ácida, temperamental, criou está obra tão diversa e cheia de personalidade", comentou.
Uma Experiência Estética
O debate deu sequência ao projeto “Uma Experiência Estética - Leitura”, oferecido pela Biblioteca Blanche Knopf, da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, que tem realizado diversos encontros gratuitos e abertos ao público, com objetivo de estimular o hábito da leitura com atividades dinâmicas e interativas.
"Acredito na literatura como ferramenta pedagógica importantíssima e interdisciplinar. Esse tipo de evento permite a formação de leitores com visão mais crítica sobre o contexto da obra que vão ler. A participação e ocupação de espaços como esse são fundamentais para a difusão cultural e estruturação pedagógica" comentou a pesquisadora convidada.
Um espaço dedicado à leitura
A Sala Nilo Pereira, que conta com uma imensa variedade de livros disponíveis para leitura no local, fica localizada na Rua Henrique Dias, nº 609, no bairro do Derby - Recife. O espaço fica aberto ao público entre 9h e 17h, de segunda a sexta-feira.
"A Sala é organizada, tem toda uma estrutura, com ótima localização, para que pessoas possam ler, estudar, ter discussão sobre algum tema, clube de leitura. Queremos essa sala sempre cheia e de maneira espontânea, que as pessoas possam vir e participar, por exemplo, de debates tão interessantes quanto o de hoje, no qual aprendemos sobre a cultura japonesa, a partir da literatura e do olhar de mulheres", afirmou Nadja Tenório, coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf.