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Professor da Universidade Federal de Pelotas visita a Fundaj e debate sobre os desafios do trabalho docente
A presidenta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a professora doutora Márcia Angela Aguiar, recebeu, nesta sexta-feira (14), o professor Álvaro Moreira Hypolito, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), em seu gabinete, localizado no campus Gilberto Freyre, em Casa Forte. O encontro contou com a presença da pesquisadora da Fundaj, Cibele Rodrigues, e teve como objetivo estimular e enriquecer o conhecimento acerca do trabalho docente no país.
A professora Márcia Angela destacou a importância da presença do professor Hypolito em atividade acadêmica na Fundaj, dada a relevância da sua produção científica para o debate sobre educacao e currículo no Brasil.
Por sua vez, Álvaro Hypólito ressaltou os futuros programas de colaboração que podem ser firmados com a gestão atual da Fundaj. "A professora Márcia é uma companheira de muitas jornadas na área da pesquisa, de muito reconhecimento pelo trabalho que tem na área da educação”, observou.
Após a visita institucional, o professor realizou uma palestra sobre os desafios do trabalho docente no cenário atual, no campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby. Para isso, ele destacou as mudanças que ocorreram na organização escolar nos séculos XIX e XX. Ao longo das décadas, o modelo escolar sofreu alterações que permitiram mais ou menos autonomia no trabalho dos professores.
Um dos fatores que influenciou essas mudanças foi a introdução do mercado nas escolas. De acordo com Álvaro Hypólito, a nova gestão pública é a entrada do discurso neoliberal no Estado e, na organização escolar, isso altera profundamente o modo de trabalho docente.
"O que chamo de modos de gestão são as formas de produzir na organização escolar incluindo, assim, as relações políticas e os mecanismos de poder envolvidos nas práticas pedagógicas na comunidade escolar, as concepções e práticas curriculares, bem como todas as formas de organização no processo do trabalho escolar", pontuou.
Os profissionais da educação estão sofrendo com a precarização das condições gerais de trabalho e sua intensificação, com o aumento da carga em uma mesma fração de tempo, com ou sem tecnologias. Dentre os desafios da área nesse contexto, estão a digitalização e a datificação do trabalho pedagógico, onde o estudante passa a ser descaracterizado diante dos dados digitais. "A educação muda profundamente. A escola de hoje não tem nada a ver com a de antes, ela se modificou na sua organização", afirmou Álvaro.
Doutor em Curriculum and Instruction pela University of Wisconsin, em Madison, e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Álvaro estuda sobre Trabalho Docente, Currículo, Gestão e Gerencialismo.