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Presidenta da Fundaj participa do II Seminário Mulheres em Carreiras Universitárias e Espaços de Poder
A retomada da pesquisa universitária foi tema de debate durante o II Seminário Mulheres em Carreiras Universitárias e Espaços de Poder, nesta terça-feira (18). A palestra, que é o segundo evento nacional do Núcleo de Pesquisa-Ação Mulher e Ciência, ocorreu no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), na Cidade Universitária, com a participação da presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, em um debate sobre a presença feminina no meio acadêmico e a contribuição das mesmas na produção científica nacional.
Objetivando uma reflexão a partir das interseccionalidades que envolvem questões de gênero, raça/etnia, classe social, geração, nas suas relações com as políticas públicas, em especial da educação, ciência e tecnologia, o encontro também contou com a participação da professora doutora Hildete Pereira de Melo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e mediação da professora doutora Maria Eulina Pessoa de Carvalho. O seminário proporcionou discussões sobre a mercantilização da educação e buscou traçar estratégias para o combate dessa visão limitante. Para Márcia Angela Aguiar, a educação precisa ser focada na capacidade crítica e criativa, assim como no processo formativo, para não cair na armadilha de seguir apenas um caminho prático e tecnocrata.
“Estamos atravessando um desafio imenso quando se pensa sobre educação e ciência no país. Para além do impacto da disseminação de perspectivas neoliberais nestas áreas, precisamos enfrentar agora a própria reconstrução democrática do Estado”, iniciou a presidenta. “É preciso fazer ciência e política ao mesmo tempo. Não perder a perspectiva de que algo mais amplo para o coletivo está presente”.
Além de ressaltar a urgência de se repensar a ciência como um mecanismo que ajude a sociedade a enxergar as potências e carências da sua própria região, Márcia Angela Aguiar também pontuou a contribuição da Fundação Joaquim Nabuco na disseminação de trabalhos científicos e preservação da memória. “Apesar dos desafios que envolvem essa proposta, tenho como compromisso tornar mais acessível a vasta produção de conhecimento realizado dentro da Fundaj, pelos seus pesquisadores, ao público geral”.
A professora doutora Hildete Pereira de Melo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), debateu com a mesa sobre o meio acadêmico e as mulheres que, dentro desse espaço, tentam realizar pesquisas científicas apesar das adversidades. “Quando se estuda ciência sobre o ângulo das questões de gênero, é perceptível como o poder acadêmico ainda é muito masculino. Mesmo que cruzada pela desigual divisão sexual do trabalho, a ciência realizada por mulheres sempre resistiu”, finalizou.