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Práticas educacionais para a convivência com o semiárido do Nordeste são premiadas na Fundaj
Para incentivar o desenvolvimento de projetos educacionais no Nordeste do Brasil, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), premiou, nesta quinta-feira (22), as vencedoras da 1º edição do Concurso Boas Práticas Pedagógicas em Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido Brasileiro. A cerimônia aconteceu na sala do Conselho Diretor da Fundaj, campus Gilberto Freyre, em Casa Forte. O evento foi conduzido pela presidenta da Instituição, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, que celebrou a iniciativa e os trabalhos vencedores.
“Eu louvo esse trabalho por auxiliar as pessoas a descortinar novos horizontes. Ele é a busca por soluções melhores para esse país, para ser um país justo e superar as desigualdades socioeconômicas”, disse. A mesa também foi composta pelo diretor da Dipes, Wilson Fusco, pela coordenadora do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist), Edneida Cavalcanti, pela pesquisadora Doutora Coordenadora da Realização de Boas Práticas Pedagógicas em Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido Brasileiro, Alexandrina Sobreira, pela pesquisadora mestra Coordenadora do Programa de Ações de Educação do Semiárido Brasileiro, Edilene Pinto, e pelas vencedoras da premiação, Rênia Waléria e Márcia Valéria Nogueira.
Wilson Fusco pontuou que iniciativas como essa precisam ser celebradas, pois se tornam inspirações. “É com um contexto desafiador que esses projetos vencedores brilham demonstrando que é possível ganhar práticas educativas pedagógicas eficazes para transformar realidades”, destacou. O certame teve como objetivo divulgar e incentivar a realização de projetos educacionais voltados à cidadania no semiárido brasileiro. A proposta é que, por meio dos trabalhos apresentados, se possa contribuir para a efetivação de novas políticas nacionais relacionadas ao tema. Edneida Cavalcanti complementou falando sobre a diversidade e riqueza de culturas e vida nesses territórios e que é importante estender essas conversas para além do concurso. “É preciso encantar-se e isso faz parte do nosso caminhar nos processos educativos. O prêmio também explicita a importância de que a gente avance nesse debate”, observou a coordenadora do Cedist.
Para Edilene Pinto, que coordenou a pesquisa que estimulou a realização da premiação, é importante que a população veja no semiárido do Nordeste possibilidades e não dificuldades. “O que me levou a me encantar por essa proposta é o fato de formar cidadãos para que eles enxerguem na semiaridez a possibilidade do bem viver”, disse. A pesquisadora falou, ainda, que a expectativa é que a instituição possa estimular outros educadores e escolas a elaborarem novas práticas pedagógicas com o mesmo princípio.
Alexandrina Sobreira ressaltou que a iniciativa é um estímulo para que o semiárido ganhe uma visibilidade maior dentro das políticas públicas e para ressignificar a região. “Pensamos que era importante divulgar e saber de outras práticas. É importante pensar esse trabalho como estímulo efetivo de cidadania no nosso semiárido”, comemorou.
Ocupando a primeira colocação do concurso com o projeto “Escola na Caatinga: Riqueza, Conhecimento e Resistência”, Rênia Waléria falou sobre a sua realidade como professora na zona rural e da necessidade de reconhecimento dos professores. “Estou sempre contextualizando e trazendo os alunos para a realidade da caatinga, antes que eles conheçam outras vegetações, como a amazônia. Eles precisam viver e conhecer a realidade de onde eles vivem”, destacou. A professora é natural de Ibimirim, sertão de Pernambuco. A prática da autora do trabalho consiste em relacionar as disciplinas de Língua Portuguesa, Geografia, Artes e Ciências com a prática contextualizada de convivência com o Semiárido em suas atividades. Para isso, ela realizou a ação com os alunos da Escola ngelo Varela de Albuquerque.
Já Márcia Valéria Nogueira, segunda colocada no concurso, voltou seu projeto para a formação de professores. A experiência foi feita na escola José de Castro Barbosa, localizada no município de Aroazes, comunidade de Miguel Alves, no estado do Piauí. “Hoje o prêmio nos dá uma visibilidade de que é possível a gente fazer esses processos e ensinar as escolas a partir da formação de professores”, contou. Os professores da escola de Márcia abraçaram a proposta de transformar a educação a partir das formações em Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido pelo Projeto Viva o Semiárido (PVSA). Ao encerrar a cerimônia, a presidenta da Fundaj parabenizou as vencedoras e reafirmou ser necessário cada vez mais políticas de valorização dos profissionais da educação. “Quando você está nesse exercício, você está no exercício de compreensão da sua própria identidade”, concluiu.