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Pesquisadora da Fundaj participa de evento da Unesco para traçar atividades prioritárias nas áreas dos biomas brasileiros
A coordenadora do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) e pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Alexandrina Sobreira, participou de uma programação para definir ações prioritárias a serem realizadas nos sete biomas brasileiros. Convidada pelo Programa Homem e Biosfera (MaB - da Unesco) como integrante da Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, representando a Caatinga, ela realizou uma apresentação sobre o bioma e coordena as atividades.
Contando com representantes da Secretaria do MaB (programa da Unesco sediado em Paris); representantes da Unesco (no Brasil e Montevidéu) e gestores e representantes jovens de Reservas das Biosferas brasileiras, a Oficina de Planejamento Participativo foi realizada no Horto Florestal de São Paulo, de 11 a 14 de abril.
“Diante da importância que o Brasil assume pela Amazônia e sua biodiversidade, a Unesco, que tem um programa específico para questões da terra, nos convidou para estabelecermos juntos as linhas prioritárias para financiamento de ações e projetos. Além de pensarmos a vinculação de todo esse trabalho às mudanças climáticas, que hoje são uma agenda internacional”, afirmou Alexandrina Sobreira.
Em sua apresentação, a pesquisadora falou sobre as riquezas da Caatinga, que é um bioma tipicamente brasileiro. Mencionou a fauna, a flora, suas potencialidades e fragilidades. Além de evidenciar a importância do bioma no combate às mudanças climáticas. “Os solos do Semiárido brasileiro tendem a perder menos carbono do que nas regiões mais úmidas. Portanto, o solo das regiões com esse clima por si só já é um importante aliado na mitigação das emissões do CO2 para a atmosfera”, ressaltou.
Em seguida, também apresentou as linhas temáticas definidas pelo Conselho Nacional da Biosfera Caatinga, como o uso sustentável dos ativos ambientais estratégicos; integração regional, com identificação das potencialidades e agilidades da ocupação; valorização sociocultural e a promoção do desenvolvimento rural sustentável.
Durante a programação, Alexandrina entregou aos representantes da Unesco Paris o Atlas das Caatingas, que é resultado de pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco. O projeto, lançado em 2021, tem uma abordagem inovadora, com vários mapas, imagens de satélite, gráficos, fotografias e levantamentos florísticos das áreas pesquisadas em 14 unidades de conservação de proteção integral da Administração Federal no Bioma Caatinga. Quem se interessar pela leitura pode baixar o livro gratuitamente pelo site da Fundaj.
O MaB
O programa Homem e Biosfera (MaB), lançado em 1971, é uma iniciativa de cooperação científica internacional sobre as interações entre o homem e o seu meio. Busca o entendimento dessa convivência em todas as situações bioclimáticas e geográficas da biosfera, procurando compreender as repercussões das ações humanas sobre os ecossistemas mais representativos do planeta.
Criado há mais de 50 anos, o programa da Unesco instituiu no Brasil a oportunidade de um trabalho com os recortes regionais dos biomas, iniciando com a Mata Atlântica, depois Amazônia, Pantanal e a Caatinga. A iniciativa conta com três eixos: educação, sustentabilidade e criação de apoios logísticos para estudos locais.