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Pesquisadora da Fundaj participa de debate sobre desertificação
A pesquisadora Edneida Cavalcanti, coordenadora do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), participou de mesa redonda sobre “Combate à Desertificação: cenários e perspectivas para Pernambuco”. O evento foi realizado no dia 11 de junho no Campus Petrolina da Universidade de Pernambuco (UPE).
O encontro foi uma iniciativa do projeto Campus Sustentável Petrolina juntamente com o Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA), o Laboratório Integrado de Geografia e Meio Ambiente (LIEGMA) e o Grupo de Trabalho Monitoramento Ambiental, Geotecnologia e Ensino (GTMAGEO). Apoiaram a ação a Associação Águas do Nordeste (Ane), a Fundaj e o Programa Escola Verde.
Na ocasião, também compôs a mesa o professor da UPE-Petrolina, o geógrafo e doutor em geografia, Antônio Marcos dos Santos. Ele destacou a importância do desenvolvimento de estudos e pesquisas em escala local, contribuindo assim para uma melhor compreensão do processo da desertificação e distinguindo o mesmo de outros fenômenos que aparentemente levam a interpretações precipitadas, como é o caso das paleodunas do rio São Francisco.
Renata Silva, também professora da UPE e integrante da ANE destacou que “diante desse cenário de mudanças climáticas e de suscetibilidade à desertificação no semiárido brasileiro, o diálogo entre pesquisadores e a troca de experiências é extremamente importante para o desenvolvimento de ações sinérgicas que permitam conhecer e intervir de maneira propositiva nos territórios”.
Para Edneida Cavalcanti, “é fundamental ampliar o diálogo sobre a temática do processo da desertificação, da ocorrência de secas e da restauração das terras, estimulando pesquisas que articule centros de ensino e pesquisa, sociedade civil organizada e povos e comunidades tradicionais”.
A pesquisadora também destacou que “o trabalho com indicadores é sempre um grande desafio, principalmente para agregar informações socioeconômicas, e que a Convenção de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca (UNCCD) vem trabalhando com três indicadores biofísicos (cobertura, vegetal, produtividade primária bruta e carbono orgânico no solo) num esforço de avançar um pouco na compreensão da espacialização do processo, indo além da identificação de áreas suscetíveis – zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas.
Maurício Aroucha, da ONG Assessoria e Gestão em Estudo da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (Agendha), chamou a atenção para importância da discussão intergeracional, considerando que saberes ancestrais da Caatinga tem as pessoas mais velhas como guardiões e guardiãs. O evento contou com a participação de professores, pesquisadores e estudantes da UPE Campus Petrolina e com público externo.