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Pesquisador da Fundaj integra mesa do Fórum de Mercado em Arte e Cultura com artesãs de Caruaru
O coordenador do projeto de pesquisa: Artesanato no Nordeste Hoje, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Diogo Helal, através da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), ministrou palestra no Fórum de Mercado em Arte e Cultura, que aconteceu, no último domingo (11), na Associação de Mulheres Artesãs, em Caruaru, dentro do Festival Pernambuco Meu País, evento itinerante promovido pela Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE).
Na mesa de debate, “Artesanato e Mercado. Artesanato x Industrianato: como balancear as dimensões cultural e econômica?”, Diogo Helal destacou a importância de se entender artesanato não apenas como um recurso econômico, mas também como memória e identidade de uma região, neste caso, o Alto do Moura, que na ocasião foi representado pelas mestras artesãs Cleonice Otília, a dona Nicinha e Terezinha Gonzaga, a dona Terezinha, além da professora do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (CAA/UFPE)), Denise Souza.
“Há uma necessidade de balancear cultura e economia, para garantir a sustentabilidade do artesanato, sem perder sua autenticidade. A discussão centrou-se em como as políticas públicas e estratégias de mercado podem ser estruturadas para apoiar artesãs e artesãos, assegurando a autonomia e preservação das tradições culturais”, explicou Helal. As mestras artesãs e a professora Denise, trouxeram suas visões para a discussão, em que foi ressaltada a questão de gênero e o empoderamento feminino.
Sobre "industrianato”, termo que refere à produção do artesanato feita em larga escala, o pesquisador falou da sua preocupação com produtos que imitam o artesanato e que não carregam o mesmo valor cultural e de autenticidade das peças feitas à mão. “Discute-se a linha tênue entre artesanato e industrianato, especialmente no que tange à preservação das técnicas tradicionais e à valorização da identidade cultural, para evitar que o artesanato seja desvalorizado ou descaracterizado por processos industriais”, alertou.
Ao final de sua exposição, Diogo Helal trouxe para os presentes, os resultados preliminares da pesquisa "Artesanato no Nordeste Hoje," que apontam os principais desafios enfrentados pelos artesãos na região, a exemplo da falta de acesso a mercados maiores, a concorrência com o industrianato e as dificuldades em obter apoio institucional para preservar suas tradições. Ele enfatizou que a valorização do artesanato como um bem cultural, ao mesmo tempo em que é criado um ambiente econômico favorável, pode trazer prosperidade para artesãs e artesãos da região. A pesquisa sugere a criação de políticas públicas mais robustas e uma maior articulação entre os diferentes atores do mercado, fatores cruciais para superar esses desafios.