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Oficina no Muhne aborda o papel das representações femininas na formação do Nordeste
Qual foi - e é - o papel das mulheres na formação do Nordeste? Refletindo sobre o assunto e sobre a necessidade da pluralidade de vozes para se transmitir conhecimento e transformar a sociedade, Danielle Goberto, estagiária de História do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), dedicou a tarde da quinta-feira (23) para ministrar a oficina “As Mulheres do Nordeste”. A atividade foi direcionada a alunos do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Francisco de Paula Correia de Araújo, localizada no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife.
"O tema da oficina foi pensado principalmente pelo fato das representações femininas do Nordeste serem mais escassas, tanto na História quanto nos museus. A representação feminina fica muito ligada a uma foto ou a algum utensílio que era utilizado pelas mulheres e é dessa forma que elas vão sendo retratadas. Senti a necessidade de trazer um pouco dessa representação que também faz parte da formação do Nordeste" explicou Danielle.
A estudante de História buscou falar sobre personalidades femininas - como Esperança Garcia, Nísia Floresta, Dandara, Maria Bonita, Bárbara de Alencar e Maria Quitéria - que contribuíram diretamente para a formação do Nordeste brasileiro e também para a luta pelos direitos das mulheres. Ela abordou, ainda, o apagamento que muitas dessas mulheres, principalmente as indígenas e as negras, sofreram ao longo do tempo.
Os estudantes também participaram de uma visita mediada com a estagiária e com o monitor do Muhne Alisson Henrique. A experiência despertou neles curiosidades e a lembrança de tudo que foi e está sendo aprendido em sala de aula. "Como estou tratando de história na parte de República, eles trouxeram justamente esses elementos que compõem a República e a união das três raças para discutir em sala", afirmou a professora de História da escola, Elizângela Maria.
A vivência de cada um também foi destacada em vários momentos da visita, como na sala das religiões afro-brasileiras, onde um dos colegas complementou o que estava sendo abordado com base em sua experiência pessoal. "Gostei muito da parte das câmeras [na exposição]. Gostei também da oficina. Pensei que não falariam sobre, mas trataram sobre as mulheres e os direitos delas. Além disso, a professora explicou na sala e achei essa parte bem interessante e necessária", contou o estudante Ronald Ludson.