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O Engenho Massangana terá sarau, palestra e visita mediada durante a Semana Nacional de Museus
O Engenho Massangana, equipamento cultural vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), receberá, a partir do próximo dia 11 de maio, a 22ª Semana Nacional de Museus, uma ação anual coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Em 2024, a iniciativa tem como tema “Museus, Educação e Pesquisa”, buscando promover, divulgar e valorizar os museus brasileiros, aumentar o público visitante e intensificar a relação dos museus com a sociedade.
No Engenho Massangana, a Semana vai desenvolver uma programação que atenderá aos moradores do entorno, profissionais do Engenho e demais museus locais, além de educadores da região, propiciando novas vivências e discussões sobre os museus, sua importância e utilização. A primeira das ações será o “Sarau Masanganu - Somos Todos África” juntamente com a abertura da exposição “Para que as estátuas não morram”, no dia 11, a partir das 13h.
Nesta edição, o sarau será pautado a partir do prisma da cultura negra, perpassando pelas heranças africanas, suas expressões culturais tradicionais e contemporâneas, fomentando o reconhecimento de todos os traços africanos enquanto legítimos dentro de nossa multiculturalidade, como forma de celebrar nossas raízes. “O sarau tem se destacado como uma importante ferramenta na promoção de arte, cultura e educação no Engenho Massangana, e não poderia ser diferente na 22° Semana Nacional de Museus. Espera-se que a população participe ativamente deste momento de troca de experiências, uma oportunidade de ampliar os horizontes, promover a inclusão e dar voz à diversidade artística que existe na comunidade”, comentou o monitor de Atividade Educativa do Engenho Massangana, Enerson Silva.
A exposição temporária “Para que as estátuas não morram” será aberta durante o Sarau. Contará com objetos da cultura material de países africanos pertencentes ao acervo do Museu da Abolição, e restaurados pelo Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte Antônio Montenegro (Laborarte) da Fundação Joaquim Nabuco.
A exposição fomenta o tema gerador do Sarau, enfatizando novos olhares, a postura que se deve assumir para descolonizar espaços de reflexão como os museus e a valorização da cultura africana que constitui quem somos. Apresentações de grupos locais de capoeira, representantes quilombolas e a feirinha de produtos naturais formada pelas mulheres das comunidades circunvizinhas, também estão previstas para este momento.
A Semana Nacional dos Museus também realizará, no dia 14 de maio, a palestra “Representações da escravidão nos museus”, pelo museólogo do Muhne, Henrique Cruz. Após a palestra, será realizada uma visita mediada ao Engenho junto com os participantes. De acordo com Henrique Cruz, o evento propõe estimular a pesquisa e ampliação de conhecimentos acerca de ambientes museais e como pode-se utilizar o espaço do museu para propostas educativas desenvolvidas fora da sala de aula.
“Pretendo mostrar as diferentes perspectivas, tanto ao longo do século XX quanto agora, no século XXI. Desde a supervalorização da Princesa Isabel e da Lei Áurea até a representação dos escravizados por meio de instrumentos de tortura, até as novas perspectivas atuais que enfocam a cultura e a vivência dos escravizados. Essa mudança inclui uma abordagem que não associa mais os instrumentos de tortura apenas aos escravizados, mas sim ao sistema escravista como um todo. É importante ressaltar que essa parte da memória está muitas vezes ligada aos proprietários de terras e traficantes de escravizados, em vez dos próprios escravizados”, explicou.
Outra atividade, no dia 16 de maio, será uma visita ao campus Anísio Teixeira, em Apipucos, e ao Gilberto Freyre, em Casa Forte, ambos da Fundaj. Essa atividade atenderá aos moradores das comunidades do entorno do Engenho Massangana atuando de forma direta na Horta de Orgânicos e/ou outras atividades educativas como oficina de musicalização, e funcionários terceirizados que desempenham funções no Engenho. A atividade visa alcançar um dos objetivos propostos pela SNM 2024, que é envolver as comunidades locais e pessoas próximas com o museu.
“A semana encerra no dia 16 com o evento principal, que é aproximar a comunidade do entorno do Engenho e do bairro de Massangana, que já participou de várias atividades ao longo dos últimos anos. Eles se unirão à equipe terceirizada do Engenho para participar efetivamente e conhecer o Museu do Homem do Nordeste e a Vila Digital. Muitos nunca tiveram a oportunidade de visitar esses museus e instituições culturais”.
Confira a programação completa:
Sarau Masanganu e abertura da exposição “Para que as estátuas não morram”
Data: 11 de maio de 2024, sábado
Horário: 13h às 16h
Local: Engenho Massangana; Rodovia PE 60, Km 10, s/n, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco
Entrada gratuita
Palestra “Representações da escravidão nos museus” e visita mediada
Data: 14 de maio de 2024, terça-feira
Horário: 10h às 12h
Local: Engenho Massangana
Rodovia PE 60, Km 10, s/n.
Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco
Entrada gratuita
Visita Mediada
Data: 14 de maio de 2024, terça-feira
Horário: 13h às 15h
Local: Engenho Massangana
Rodovia PE 60, Km 10, s/n.
Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco
Entrada gratuita
Conhecendo a Fundaj
Data: 16 de maio de 2024, quinta-feira
Horário: 13h às 17h
Local: Villa Digital e Museu do Homem do Nordeste