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No mês do Meio Ambiente, Fundaj promove debate sobre a poluição plástica
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promove, no próximo dia 21 de junho, uma programação especial voltada ao mês do meio ambiente, no Campus Anísio Teixeira, em Apipucos. Acolhendo a temática escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2023, "Soluções para a poluição plástica", a Fundaj vai dividir com o público diversas abordagens de caráter socioambiental, por meio do diálogo com diferentes parceiros, áreas de conhecimentos e sujeitos sociais.
O objetivo é aprofundar as discussões a partir de experiências de comunidades, num movimento que parte do empírico para discussões ampliadas, como explica a coordenadora do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), Edneida Cavalcanti.
“Estamos retomando em 2023 uma atividade vinculada ao Dia Mundial do Meio Ambiente, fizemos isso durante vários anos na Fundação, com seminários mais longos. Neste ano, teremos uma programação mais enxuta, de um dia, mas olhando para esse tema que é a poluição por plásticos, buscando dar também alguma perspectiva de solução e nós vamos fazer com um olhar das ciências sociais, com a dimensão ambiental. O formato é interessante, que é de trazer experiências que são percebidas, são vivenciadas, pela sociedade. Vamos trazer um olhar seja da comunidade, seja a partir de alguma ONG, convidando pessoas da academia ou ligadas à gestão para ampliar o debate a partir de situações concretas”, explicou Edneida.
O tema "Soluções para a poluição plástica" discute sobre as mudanças profundas nas políticas e nas nas decisões que levam a estilos de vida mais limpos, ecológicos e sustentáveis, em harmonia com a natureza, sabendo, desde o início, que não existem soluções simples. Assim, outra proposta do evento é ampliar compreensões que incluam perspectivas histórico-culturais, econômicas e políticas, o que toca na construção de necessidades a partir da lógica consumista e de desigualdades sociais intensas.
“Participarão do debate parceiros como o Gris - Espaço Solidário, que tem trabalho direto na comunidade Vila Arraes, que sente diretamente as enchentes, que não são só água, fica também o lixo. Nessa comunidade, temos uma ONG que faz o esforço de fazer a limpeza do rio. Teremos os Garis Marítimos, que têm feito um trabalho hercúleo de limpeza do lixo no mar, a gente tem um pescador que também acabou se tornando coletor de resíduos, da Ilha de Deus, teremos a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, com olhar da gestão, trazendo qual plano existe para retirar lixo do mar, além de pesquisadores da academia e colegas da Casa. É uma programação diversificada para ampliar esse debate”, comentou a coordenadora do Cedist.
Poluição
Hoje, os materiais produzidos a partir de plástico estão extremamente disseminados na sociedade. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PANUMA), a cada minuto, o equivalente a um caminhão de lixo de plástico é jogado em nosso oceano. A poluição plástica é um problema global e aproximadamente 7 bilhões das 9,2 bilhões de toneladas de plástico produzidas de 1950 a 2017 se tornaram resíduos plásticos, que acabaram em aterros sanitários ou lixões.
“Não é um tema simples, nem de fácil solução ou que se resuma a fazer coleta seletiva e reaproveitamento de resíduos. Quando a gente coloca o plástico numa perspectiva abrangente e faz a pergunta ‘E depois?’, a gente entende como essa discussão é complexa e envolve questões culturais, pois o plástico acaba estando em nosso entorno, e não é algo tão distante na nossa história enquanto sociedade. Então é uma construção tecnológica cultural, e a gente precisa fazer a discussão”, concluiu Edneida Cavalcanti.
Os principais eixos articuladores do evento são: as consequências da poluição por plástico nas comunidades; as consequências da degradação dos ambientes aquáticos pela poluição por plástico; a relação entre poluição por plástico e soberania alimentar; a relação da poluição por plástico nas comunidades que lidam com o turismo.
A atividade tem parceria da Universidade de Pernambuco (UPE); Prodema UFPE; Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES); Associação Águas do Nordeste (ANE); Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Sustentabilidade (Gepes); Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UPE; Laboratório de Inovação para Mudanças Climáticas e Sustentabilidade (LiMCS) da Universidade Católica de Pernambuco; ONG do Rio; Fórum Popular do Rio Tejipió - Forte; Climate Lab da Universidade Católica de Pernambuco, Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha do Estado de Pernambuco (Semas).
Confira a programação do evento
Manhã
8h30 - Acolhida e inscrição
9h - Mesa de boas vindas
9h30 às 10h – O custo do plástico na vida com Edneida Cavalcanti (Fundaj); e Carmen Farias (Gepes, UFRPE; ANE)
10h às 11h50 - Roda de conversa 1 - O plástico nos ambientes estuarinos e o impacto na pesca artesanal
Coordenador - Solange Coutinho (Fundaj)
Experiência - Fábio Romão da Silva - Fal (Pescador/coletor da Ilha de Deus)
Na roda - Simone Teixeira (UPE), Walber Santana (Semas PE) e Eduardo Maia (LabClima Unicap)
Tarde
13h30 às 15h - Roda de conversa 2 - Plástico no oceano: um sério problema
Coordenador - Beatriz Mesquita (Fundaj)
Experiência - Joab Almeida de Santana e Artur Luiz dos Santos Maciel (Garis Marítimos)
Na roda - Andreia Olinto (Semas) e Vanice Selva (Prodema UFPE)
15h00 às 16h30 - Roda de conversa 3 - Rios, poluição por plástico e injustiça ambiental
Coordenador - Maurício Antunes (Fundaj)
Experiência - Nininho Costa (ONG do Rio), Joice Paixão (Gris - Espaço Solidário)
Na roda - Géssica Dias Lins de Oliveira (Fórum Popular do Rio Tejipió - Forte) e Bárbara Cavalcanti (ABES PE).