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Narrativas periféricas sobre o que é ser moderno marcam retomada do curso "22-22-22: Modernidades, modernismos e contemporaneidade"
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) deu início, na noite desta quinta-feira (6), ao módulo II do curso “22-22-22: Modernidades, modernismos e contemporaneidade”, promovido pelo Museu do Homem do Nordeste (Muhne).
O professor Filipe Campello, do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi o responsável por inaugurar essa nova fase do curso. Ele ministrou a aula-conferência “Modernismo e Modernidade: aproximações e distinções conceituais”, localizando a problemática filosófica por trás desses conceitos.
O docente trouxe ao debate a ideia da Semana de Arte Moderna de 1922 como uma espécie de "buraco negro" na construção da narrativa nacional. "Ela puxou, concentrou, essa construção do que é identidade brasileira e acabou deixando muitas possibilidades narrativas de fora", comentou.
A partir desse ponto de vista, Filipe Campello abordou possíveis formas de reação, de resposta, a esse movimento. "Meu foco é dizer que é preciso reagir colocando duas questões. Primeiro, o que de fato de moderno foi absorvido, por que queríamos ser modernos e o que significava ser moderno", iniciou. Ele destacou essa construção do moderno, um debate fortemente europeu, que passou a ser absorvido pelo "modernismo a brasileira", inclusive em suas contradições.
"E que contradições são essas? Quem representa, esse 'quem' traz uma forma de circulação de visibilidade e a Semana de Arte se restringiu a recortes de exclusão, era uma elite cafeeeira, que mesmo mudando o objeto de representações, trazer temática indígena, por exemplo, esse 'quem' da representatividade continuou de fora", disse.
Curso
O segundo módulo adota como marco histórico de análise crítica a Semana de Arte Moderna de 1922, a partir da qual foi feita uma primeira revisão crítica da construção
simbólica da identidade nacional desenvolvida no século XIX.
As aulas são ministradas na sala Aloísio Magalhães da Fundaj, no Derby. O segundo módulo segue até o próximo dia 27 de outubro.
Os módulos são certificados de maneira
independente, ou seja, aqueles que não participaram das aulas do primeiro módulo ainda
poderão receber o certificado do segundo, contanto que cumpram 75% da carga horária do
módulo.
Confira a programação deste segundo módulo:
21/10 - A musealização da arte moderna: entre a vanguarda e a tradição - Sabrina Parracho
(UFRRJ) -INSCREVA-SE
25/10 - A arte moderna pernambucana na Semana de Arte Moderna de São Paulo: Vicente
do Rêgo Monteiro - José Brito Neto (UFAPE)
27/10 - Projeto de nação e os museus no Brasil dos anos 1920 - Ana Carolina Gelmini
(UFRGS) e Henrique Cruz (Fundaj)
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla.