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Na presença do cineasta, Fundaj realizou ciclo de debates sobre a obra de Jomard Muniz de Britto
Na sexta-feira (29), a obra de Jomard Muniz de Britto foi tópico de discussão na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) a partir de um ciclo de debates baseado na exposição “Arrecife de Desejo: do Pau Brasil à Pop Filosofia”, em exibição na Galeria Waldemar Valente, espaço ligado ao Museu do Homem do Nordeste (Muhne). A mostra, que homenageia a obra jomardiana, conduziu a conversa na Sala Calouste Gulbenkian, no Campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, que também contou com a presença do próprio cineasta pernambucano.
Coordenadas pelos museólogos e curadores da exposição, Fabiano de Borba e Suzan Araújo, as duas mesas redondas tomaram o turno da tarde abordando diferentes aspectos do trabalho e trajetória de JMB, como também ficou conhecido o cineasta. Na abertura do evento, o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj, Túlio Velho Barreto, ressaltou a relevância da obra do cineasta e cumprimentou os debatedores presentes. “É com muito carinho e prazer que a Fundaj, particularmente a Dimeca, recebe tanto a exposição em torno da obra e da pessoa de Jomard Muniz de Britto, quanto a oportunidade de ter um diálogo com essas pessoas que são amigas e também cúmplices da obra desenvolvida por ele”, ressaltou.
Discutindo o contexto histórico e político vivenciado pelo cineasta em sua carreira, a primeira mesa redonda foi formada por Paulo Marcondes Ferreira Soares, poeta, compositor e professor doutor em Sociologia, Moisés Monteiro de Melo Neto, teatrólogo, cordelista e professor doutor em Teoria da Literatura, Guilherme Pontes Coelho, ator e diretor da companhia Vivencial Diversiones e professor mestre em Ciências Sociais, e Dimas Brasileiro Veras, professor doutor em História e membro da Cátedra Paulo Freire da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Já a segunda mesa debruçou-se sobre as vivências e experiências compartilhadas pelos debatedores com JMB, tanto na produção fílmica quanto nas agitações culturais promovidas por ele. Na ocasião, lideraram as conversas Guilherme Pontes Coelho, a cineasta Luci Alcântara, o professor aposentado da UFPE, jornalista e pesquisador Paulo Cunha — contemporâneo de Jomard no ciclo do cinema Super-8 no Recife — e o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Ricardo Maia.
O Péssimo Velhinho, como o próprio Jomard se intitula jocosamente, se emocionou com os relatos trazidos por colegas e amigos a respeito da sua trajetória profissional e o indissociável aspecto político do seu trabalho. Sobre a sua obra e a homenagem no ciclo de debates, Jomard reforçou a natureza coletiva da sua produção de maneira breve: “Nosso trabalho!”, exclamou.
A mostra “Arrecife de Desejo: do Pau-Brasil à Pop Filosofia” está em exibição na Galeria Waldemar Valente, espaço cultural que integra a estrutura do Muhne, equipamento vinculado à Dimeca. A exposição segue aberta para visitação até 26 de janeiro de 2025, com entrada gratuita, de terça a sexta, das 9h às 17h, e aos finais de semana, das 13h às 17h.