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Na 19ª edição, InovaFundaj debate o papel das políticas sociais na vida da população mais vulnerável
O papel das políticas públicas na qualidade de vida da população em situação de vulnerabilidade social foi o centro do debate promovido na noite desta quinta-feira (24) pela 19ª edição do projeto InovaFundaj. Mediado pela coordenadora-geral de Cooperação e de Estudos de Inovação da Diretoria de Formação Profissional e Inovação (Difor), Maria Luíza Cruz, o webnário, que teve como tema “Os desafios para superação da pobreza e da fome no Brasil: a experiência dos programas de transferência de renda”, reuniu os professores Sergio Kelner, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), e Alexandre César Cunha Leite, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O encontro foi transmitido pela internet e está disponível no YouTube da Fundaj.
Primeiro a falar, Kelner fez uma análise comparativa dos programas de transferência de renda implantados no Brasil ao longo das últimas décadas. Considerando o contexto da crise econômica agravada pela pandemia, o pesquisador defendeu que a atual política desse tipo executada pelo Governo Federal, o Auxílio Brasil, tenha como foco a garantia da segurança alimentar dos beneficiários. “Ele (o auxílio) precisa ser sustentado e sustentável ao longo do tempo. Tem que ser reajustado anualmente, em função da inflação, assim como o salário-mínimo”, argumentou.
Já o professor Alexandre Cunha Leite refletiu sobre os fatores que comprometem a renda das famílias. “Se o brasileiro tem sentido perda de poder de compra, aqueles beneficiados dos programas sociais são os mais afetados por esse cenário. Pensando num programa de transferência de renda, esses elementos têm que ser levados em consideração, pelo menos, como mecanismo de ajuste”, analisa o pesquisador, que também mencionou como ponto importante para uma ação bem-sucedida o alcance do benefício.
No encerramento das discussões, o professor Sergio Kelner destacou a necessidade de se fortalecerem as instituições de pesquisa. “Nós precisamos para ter dados mais confiáveis e para discutir projetos atrelados a programas de renda básica focalizados, porque não se resolve o problema da desigualdade só com a alimentação, mas também educação, saúde, habitação, organização fundiária, desenvolvimento produtivo que gere emprego e assim por diante”, afirmou. “São questões relevantes que precisam ser discutidas num nível de seriedade político e técnico ao mesmo tempo”, corroborou Alexandre Cunha Leite.