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Música, cinema e literatura: Sarau Massaganu celebra a arte e a cultura local
Com uma maleta de poesia aberta e um microfone disponível, crianças, jovens e idosos participaram do Sarau Massaganu no último sábado (22). O evento, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, em parceria com a Academia Cabense de Letras, chegou a sua segunda edição e aconteceu no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho.
Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Carolina Maria de Jesus, Eduardo Galeano, Adão Ventura e Rupi Kaur foram alguns dos autores homenageados pelo público. Com o microfone aberto para intervenções artísticas, cada um escolhia sua forma de expressão e um trecho, poema ou conto que se identificasse.
As interpretações abordaram temas como mudanças, feminismo e racismo. "Achei a ideia [do Sarau] muito boa. É uma oportunidade de aproximar a comunidade com a poesia e abrir espaço para os poetas da região", destacou Carlos Luiz Gomes, escritor, poeta e membro da Academia Cabense de Letras. "Anunciação", de Alceu Valença, foi uma das músicas interpretadas por uma banda formada pelos participantes, que animaram o público com composições populares no estado.
A programação ainda levou para os presentes uma intervenção poético-musical, com o poeta, compositor e produtor Jefte Amorim.
Dialogando com as exposições do Engenho Massangana, o Sarau também contou com uma reflexão sobre decolonialidade. O público assistiu à exibição do curta “Decolonizar-te”, que traz o olhar de quatro mulheres, negras e indígenas, sobre a memória colonial. No documentário, as entrevistadas falam sobre o processo de colonização e como o uso da arte pode ajudar a fazer novas leituras.
Após a exibição, a diretora, Gabriela Passos, e Juliana Xukuru, uma das entrevistadas, participaram de um debate com os presentes. "A imagem tem um poder imenso, tanto nas artes visuais quanto no cinema e a arte é uma ferramenta de luta no dia a dia", ressaltou Juliana. Ela ainda falou sobre como as imagens constroem uma história no mundo e como também podem fazer um resgate de identidade.
Já Gabriela falou sobre como tornar o projeto mais acessível fora dos muros acadêmicos, com exibição em escolas e festivais. "Sempre pensei em como podemos facilitar a comunicação e aproximar as pessoas. O documentário foi para trazer uma linguagem mais acessível, que as pessoas pudessem entender", explicou.
Durante o 2º Sarau Massaganu, moradores locais levaram seus produtos para a feira no jardim do Engenho. Bolo, caldo de cana, tapioca e beiju foram algumas das opções nas barracas.