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Museu do Homem do Nordeste encerra programação da Semana de Férias
A Semana de Férias do Museu do Homem do Nordeste (muHne) foi encerrada nesta sexta-feira (27). Todas as atividades desenvolvidas nesse período foram elaboradas com intuito de incentivar as crianças a explorarem a criatividade, a mistura de texturas e as expressões corporais, de maneira lúdica e com muita diversão. A programação, que foi totalmente gratuita, começou com a primeira edição do Domingo dos Pequenos em 2023, com a oficina “Mão na Massa” e com passeio pelos espaços culturais da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
Crianças e adolescentes participaram das atividades, que, além do público inscrito, contaram com a presença de um grupo trazido pelo Lar Batista Elizabeth Mein (Larbem), instituição filantrópica que há 65 anos trabalha com meninas em situação de vulnerabilidade no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Durante a dinâmica, inspirada no trabalho do escultor e ceramista pernambucano Porfírio Faustino, artesão de Canhotinho que se notabilizou pelas produções com barro entre as décadas de 1940 e 1950. A Fundaj é a instituição que guarda o maior acervo da família Faustino, com 223 peças. Os participantes confeccionaram brinquedos com massinha caseira, utilizando ingredientes como farinha de trigo.
“Nós sempre buscamos oferecer uma atividade em que as crianças potencializem seus processos criativos, conheçam cores, brinquem com espessura e profundidade”, explica a coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do muHne, Edna Silva. Educadora social do Larbem, Maria José Jorge celebrou o convite da Fundação para participar do Domingo dos Pequenos. “Para a gente, foi muito maravilhoso porque estar aqui faz com que as meninas aprendam. O Museu está dizendo para as meninas que se importa com elas”, afirmou.
Ao saber da programação pelas redes sociais, a dentista Isabela Lins, de 39 anos, correu logo para inscrever o filho Arthur, 6, na oficina. “Eu achei bem enriquecedora [a experiência], porque, desde pequenininho, a gente vai podendo levá-lo para construir cultura. Fora a experiência sensorial, que acho que toda criança deve vivenciar, na qual ele vai utilizar a força, a coordenação motora”, disse. O menino fez dois animais em uma só massinha. “Fiz uma aranha que, ao tirar o palito de cima, vira uma tartaruga”, descreveu Arthur.
JOGOS TEATRAIS
Dando sequência a programação de férias do muHne, foi a vez da Semana dos Jogos Teatrais, com mediação de Cleyton Nóbrega, que é monitor do museu, teatrólogo e mestre em Artes Visuais. As dinâmicas foram divididas por faixa etária contemplando crianças de 7 a 12 anos. “O museu por mais tecnológico que ele seja, ele tem a sensação de uma coisa parada e, quando você traz a linguagem do teatro, você quebra um pouco disso. E a gente acredita também que a educação está presente em todos os processos que a gente consegue fazer interação. Nessa atividade há um diálogo com as crianças, elas conversam entre si”, afirma Edna Silva.
As diversas atividades que foram postas em prática ao longo da Semana, abordaram o uso do corpo para a montagem e a apresentação de jogos cênicos, como a observação de plantas e animais e/ou a improvisação de cenas com situações do cotidiano. O monitor Cleyton Nóbrega explica que as atividades dialogam com os sentidos da pedagogia teatral, refletindo sobre a forma do pensamento cognitivo das crianças. “Esses jogos nos ajudam a conseguir entender as possibilidades de formas e texturas, além de conseguir construir o diálogo da criança com o mundo que ela vivencia todos os dias”, declara.
Para Tarsila Tavares, mãe de Vicente, 8 anos, que ficou sabendo da Semana dos Jogos Teatrais por divulgação online, essas atividades são importantes porque focam no desenvolvimento da criança por meio do lúdico. “Também faz elas trabalharem de forma coletiva e isso faz a diferença”, pontua. “Achei muito legal, gostei muito da parte de adivinhar quais os animais e objetos que eles estavam imitando. Foi muito legal fazer os desenhos no final também”, disse Vicente.
Regis Santos, tio de Maria Flor de 10 anos, também considerou positiva a iniciativa dos jogos porque é uma forma de tirar as crianças das telas no período de férias, proporcionando interações com várias formas artísticas. “Foi uma experiência muito divertida e engraçada, que me ajudou a entender um pouco mais sobre o teatro. Gostei muito e também foi a primeira vez que vim ao museu”, disse Maria. Ela gostou tanto da experiência que veio duas vezes para a programação dos Jogos Teatrais.
Entre as dinâmicas, as crianças participaram dos jogos: “De onde venho, para onde vou”, “Apresentação, Nome e Movimento”, “Improvisando Cenas com Situações Cotidianas”, e “Tradução Simultânea”. E olha que legal, ao fim de cada dia as crianças transformaram as experiências vivenciadas pelos jogos em desenhos. Esses desenhos vão fazer parte de um mural que estará em exposição aqui no MuHne.