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Museólogo da Fundaj é homenageado em evento pelos 40 anos da regulamentação da profissão no Brasil
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio do Museu do Homem do Nordeste (Muhne) marcou presença no encontro “40 anos da Regulamentação da Profissão de Museólogo(a): conquistas, desafios e perspectivas”, realizado no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), no Recife, na terça-feira (10). Na ocasião, servidores da Fundaj contribuíram, tanto com participação em debates quanto com a entrega e o recebimento de homenagens. O evento celebrou as quatro décadas da legislação que reconheceu oficialmente o exercício da Museologia e autorizou a criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais, formando o Sistema COFEM/COREMs e reafirmando a importância da profissão para a preservação da memória.
A mesa de abertura foi conduzida pelo presidente do Conselho Regional de Museologia – 1ª Região (COREM 1R), Saulo Moreno Rocha, e contou com a participação da diretora do Mamam, Mabel Medeiros, do superintendente de Cultura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Bruno Melo de Araújo, da museóloga Maria Regina Martins Batista e Silva, da chefe do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE, Emanuela Sousa Ribeiro, e da professora Elaine Muller (Museologia/UFPE).
“Pernambuco já foi um dos estados centrais para a regulamentação da profissão de museólogo no Brasil. Desde o famoso fórum de governadores até o Encontro de Museologia de 1982, realizado pela Fundaj, desempenhamos um papel importante. Hoje, precisamos aprofundar os debates sobre os cursos de Museologia nas universidades, entendendo de onde viemos e como chegamos aqui. Sempre digo que o Brasil é o país da Museologia”, afirmou Saulo Moreno.
A programação incluiu, também, a mesa temática "Cenários, contextos e desafios do exercício da Museologia em Pernambuco", com as participações de Camila Maria Santos (UFPE | Oficina Francisco Brennand), Elinildo Marinho (Museu das Tradições do Cavalo Marinho) e Henrique de Vasconcelos Cruz (Muhne/Dimeca/Fundaj). A mediação ficou por conta do museólogo Samuel Pastor do Nascimento, da Delegacia Regional do COREM 1R em Pernambuco.
“É inadmissível que quem mais contrata museólogos seja a iniciativa privada. Atualmente, praticamente só o governo federal contrata museólogos, seja por meio de concursos ou de terceirizações. É um cenário alarmante. Não há justificativa para isso, considerando que o curso de Museologia já existe há 15 anos. Precisamos lutar pela inclusão da obrigatoriedade da presença de museólogos em editais de projetos de catalogação de acervos, restauração e exposições”, destacou Henrique Cruz.
Homenagem
Durante a cerimônia, foram entregues os Diplomas de Mérito Museológico. O museólogo Albino Oliveira, do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), que é vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj, esteve entre os agraciados. Por motivos de agenda institucional, Albino não pôde comparecer, mas o prêmio foi recebido por seu companheiro, Sergio Bandeira, e pela antropóloga Ciema Mello, do Muhne/Fundaj.
“Albino é uma pessoa que acredita em coisas antigas, em que muitos hoje deixaram de acreditar ou nem conhecem. Ele acredita em um tratado de documentação de 1934 que define a documentação como a materialização da memória. Os objetos se tornam vivos nesse processo. O sonho do Albino é ir além da ficha catalográfica: ele quer fazer a biografia, contar a história de cada objeto”, destacou Ciema Mello.
Além de Albino, outros oito nomes foram homenageados, entre eles quadros históricos da Fundaj, como Silvia Brasileiro, que integrou a equipe do Educativo do Muhne de 1987 a 2015. “O museu é minha vida, algo que sempre esteve dentro de mim. São 42 anos dedicados a essa área. Comecei no Museu do Estado com 19 anos, sem saber nada sobre museus, mas com conhecimento em arte-educação. Quando Cristina Matos me convidou para assumir a Coordenação do Educativo do Muhne, me realizei”, disse
Também foram homenageados Antonio Motta, Fernando Antônio Dantas Ponce de León, Maria Cristina de Freitas Gomes, o Memorial Severina Paraíso da Silva (Mãe Biu), Franciza Lima Toledo (in memoriam), Marilene Rubim Gonçalves Dias (in memoriam) e Virginia Barros e Silva Alves dos Santos (in memoriam), cuja história foi destacada por Henrique Vasconcelos na ocasião, desde sua passagem à frente do Museu do Açúcar até sua trajetória no Muhne. Já a Medalha do Mérito Museológico foi entregue ao Museu das Tradições do Cavalo Marinho.