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Maximiano Campos celebra 80 anos em exposição
Muitos escritores e poetas sonharam ao longo da História da Humanidade com a imortalidade de seu nome e obra. Com a exposição “O Domador de Sonhos: 80 anos de Maximiano Campos”, lançada nesta sexta-feira (19), o escritor e contista pernambucano alcança este feito. A montagem produzida pela Biblioteca Blanche Knopf, da Fundação Joaquim Nabuco, ocupa a Sala de Leitura Nilo Pereira até 31 de janeiro de 2022. As visitas acontecem de segunda a sexta-feira, 10h às 17h.
Amigos e admiradores comemoraram a vida de Maximiano Campos, falecido desde agosto de 1998, aos 57 anos. Uma perda precoce, mas cujo tempo foi suficiente para lançar mão de uma obra profunda e que seria acolhida por tantos nomes importantes. Atestam isso Raimundo Carrero, Gilberto Freyre, Carlos Drummond de Andrade, Ariano Suassuna e Frederico Pernambucano de Melo, cujos depoimentos estampam uma das paredes da sala.
Filho de Maximiano, o presidente da Fundaj, Antônio Campos, escolheu falar de seu pai pela vocação e paixão nutridas em vida. “Ele foi antes de tudo um escritor, mas era também um profundo leitor”, disse. Antônio recordou os títulos lançados com edição sua: “Do amor e outras loucuras” e “Lavrador do tempo”; revelou que ainda existem dois romances a serem publicados e confidenciou que costuma ir a biblioteca da casa do pai em busca de discernimento.
Em vida, Maximiano cravou um de seus títulos na seleta lista de grandes obras pernambucanas, com “Sem lei nem rei”. Mas não são poucos os contos que impressionaram leitores e críticos literários. Ele foi um assíduo colaborador do Diario de Pernambuco, como atestou o jornalista e chefe de Gabinete da Fundaj, Marcos Prado. “O seu texto era impecável e não se encontrava o menor deslize literário." Era reconhecido como um dos melhores colaboradores do jornal, de acordo com ele.
"Em Maximiano as palavras abstratas adquirem um tom agreste, tornam-se quase palpáveis, como é próprio do Nordeste. Ele continha um lirismo e magia próprio do Movimento Armorial”, descreveu o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte, da Fundaj, Mario Helio, que dedicou parte de sua fala à leitura do conto “A força do mágico”, do homenageado. Presente na solenidade, o secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto lembrou da relação de amizade de seu pai com o “Tio Max”.
Ainda entre as presenças ilustres, a antropóloga e escritora Fátima Quintas, representando a Academia Pernambucana de Letras (APL), e o servidor aposentado da Fundaj Marcelo Peixoto, amigo de Maximiano da Geração de 1965. O lançamento da exposição contou, ainda, com performances do grupo Literatrupe. “Do amor e outras loucuras” e trechos de “Sem lei nem rei”. Encerrando sua participação com versão do frevo “Serpentina Partida”.
A obra de Maximiano Campos pode ser conferida nesta mostra e na Biblioteca Blanche Knopf, da Fundaj, em Apipucos, no Recife. Uma de suas colaborações mais conhecidas é o prefácio que fez para A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna. No poema “Domador de sonhos”, que nomeia a exposição, ele se descreve como “guardião de uma loucura mansa e um profeta sem seguidores”. Contrariando o público significativo que se reuniu para celebrar sua vida e obra que continua a reverberar e agora alcançará novos leitores.