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Márcia Angela Aguiar, nova presidenta da Fundaj, visita espaços administrativos e equipamentos culturais da instituição federal
Desde que foi nomeada presidenta da Fundação Joaquim Nabuco, (Fundaj), na última quarta-feira (1º), a doutora em Educação Márcia Angela Aguiar já realizou uma série de reuniões e visitas a diversas diretorias e equipamentos culturais da instituição federal. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
A presidenta iniciou suas visitas técnicas em reunião com a procuradora da Fundaj, Márcia Bezerra. Em seguida, Márcia Angela seguiu pelos aparelhos administrativos da Casa. Entre observações sobre a estrutura dos setores e troca de ideias com os servidores, a professora reforçou algumas mudanças para a nova gestão.
“É necessária a ampliação no quadro de funcionários, a partir da abertura de concursos públicos, além de uma renovação da força de trabalho com o ingresso de mais jovens nos setores da instituição”, ressaltou a presidenta.
Na sequência, ela pôde acompanhar o trabalho da Diretoria de Planejamento e Administração (Diplad), que está sob a direção em exercício de Maria Galliza, seguindo para a Coordenação de Contabilidade e Finanças (CCONF), no qual conversou com o coordenador Carlos Roberto Dias Bezerra, o contador Edmilson de Oliveira, o chefe de setor, José Renildo Cabral, o chefe de serviço, Jailson Teodosio da Silva, o assistente de CEIT, Emanuel Marinho Calado Filho, a chefe de Seção, Virginia Moraes de Albuquerque, e o chefe de serviço, Ricardo Clericuzi José, sobre os pontos fortes e demandas econômicas da Casa, assim como demais questões que afetam o setor.
Márcia Angela conheceu, ainda, a coordenadora-geral de Planejamento e Gestão de Pessoas, Mary Ann Pimentel, a chefe de Seção de Pagamento, Edna Corrêa, a chefe de Seção de Cadastro, Anne Michelle Barros, o chefe de Serviço de Cadastro de Pagamento, Almério Alves, a chefe de Serviço de Legislação Normas Pessoa, Maria Duarte Pinheiro, além do Analista de Ciência e Tecnologia, Manoel Soares, servidores que integram o setor de Recursos Humanos da Fundaj..
Passando pelo Museu do Homem do Nordeste (Muhne), a presidenta pode ter uma troca com os responsáveis pelo espaço cultural de preservação da memória nordestina e comentou sobre os planos para o equipamento. “Seria interessante uma intensificação no intercâmbio de exposições e trabalhos do Muhne para Portugal e países do continente africano, assim como a possibilidade desses locais também poderem realizar trocas culturais conosco”, relatou. “É importante que possamos juntos nos articularmos para que esse tipo de troca seja feita”.
No Muhne, a presidenta foi recebida por um grupo de servidores formados pela coordenadora-geral do Muhne, Fernanda Cavalcanti, o chefe da Divisão de Estudos Museais e Ações Comunitárias, Albino Oliveira, a antropóloga da Divisão de Estudos Museais do Muhne, Ciema Mello, a coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias do Muhne, Edna Silva, a coordenadora-substituta de Exposições e Difusão cultural do Muhne, Silvana Araújo, a servidora Silvia Barreto, da Divisão de Estudos Museais do Muhne, o museólogo Henrique Cruz, além de Rizomildo Guedes e José Valdir. Ainda no Muhne, a presidenta conversou com um grupo de monitores do Educativo do Museu do Homem do Nordeste.
Visita ao campus Ulisses Pernambucano
Após a visita aos equipamentos da Fundaj em Casa Forte, a presidenta seguiu, à tarde, para o campus Ulisses Pernambucano, no Derby, área central do Recife. No local, Márcia Angela se disse admirada com o grande leque de atividades realizadas, que vão desde exposições de arte a cursos de formação.
“A Fundaj vai me surpreendendo a cada setor, a cada prédio temos impactos positivos, é de uma riqueza muito grande. Há o chamamento ao social, fiquei muito admirada como esse trabalho é desenvolvido, mesmo com poucas pessoas. Mostrou necessidade de ampliação desse quadro de servidores”, disse..
A atividade teve início pela Sala de Leitura Nilo Pereira, onde Nadja Tenório, coordenadora da Biblioteca Blanche Knopf, explicou as experiências desenvolvidas no espaço. O local recebe leitores espontâneos e alunos de diversas escolas, além de eventos de literatura e atividades de cunho social e parceria com comunidades.
Márcia Angelo também conheceu o projeto Pesquisa Escolar Online, que oferece a estudantes, professores e ao público em geral um canal de informação voltado para temas da história, da cultura e da realidade social brasileira. Betty Lacerda, coordenadora-geral em exercício da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), e a monitora da Sala de Leitura, Gleyce Kelly Camelo da Silva, também participaram do encontro.
“Do ponto de vista da biblioteca, precisamos intensificar a parceria com os municípios, alcançando, principalmente, a educação básica. Além de descentralizar a atuação. Hoje, os jovens passam um grande período em plataformas digitais e o desafio é justamente levar, também, esse conhecimento a eles”, destacou a presidenta.
Em seguida, Márcia Angela Aguiar verificou os diversos espaços administrativos localizados no Derby, como o setor administrativo Dimeca e salas que estão em reforma ou prontas para uso, aguardando por novos cursos de formação, como as salas Sebastião Vila-Nova e Manoel Correia de Andrade, além de gabinetes e salas de professores.
Entre as visitas, a presidente esteve na Editora Massangana e pôde conhecer de perto o trabalho realizado pela equipe. Foi recebida por Elizabeth Mattos, coordenadora, Antonio Laurentino, Chefe do Setor de Editoração, Mônica Oliveira, do setor de Comercialização e Marketing, Ailson Viegas, do estoque dos livros, Camila Martinelli, projeto gráfico e diagramação, Francisco Leonardo, projeto gráfico e diagramação, Hiago Silva, projeto gráfico e diagramação, Janicleide Lopes, serviços administrativos e Marcelo Abreu, do projeto gráfico e diagramação.
Lá a presidente reforçou a necessidade de ampliação da equipe e expansão das atividades da editora buscando parcerias com países de língua portuguesa.
Em passagem pela Coordenação de Artes da Fundaj (Coart), a presidenta visitou a exposição “Necrobrasiliana”, na Galeria Vicente do Rego Monteiro, que propõe uma releitura da memória colonial. Impactada pela forte reflexão social da mostra, Márcia Angela explicou aos pesquisadores da Fundaj Moacyr dos Anjos e Ana Carmen Palhares que o objetivo é trazer, cada vez mais, a rede pública de ensino para o contato com essas obras de arte. Felipe Neves e Jéssica Nascimento, educadores, acompanharam a visita da presidenta.
Formação
Em suas primeiras falas como presidenta da Fundaj, Márcia Angela destacou que pretende reforçar as formações propostas pela casa. Assim, foi de suma importância sua passagem pela Diretoria de Formação (Difor).
Acompanhada por Hérrisson Fábio de Oliveira Dutra, analista em Ciência & Tecnologia da Fundação Joaquim Nabuco, que atua com políticas públicas de formação no campo das ciências sociais, a presidenta pôde entender a escolha dos cursos livres, os espaços disponíveis para formações, as especializações, os gabinetes, a Escola de Inovação e Políticas Públicas (EIPP) e até mesmo a copa da Diretoria.
Uma das propostas apresentadas pela presidenta envolve o maior diálogo com a sociedade e instituições de ensino para a escolha de cursos apresentados à sociedade além de uma busca reforçada por ela, em todos os setores, de descentralização e ampliação para toda o Nordeste.
“As formações da Fundaj são de um potencial imenso e queremos levar isso para toda região Nordeste e para o Brasil, por meio de parcerias com as universidades, com a rede pública de ensino em geral”, disse.
Cinema da Fundação
Esta primeira etapa da visita foi concluída no Cinema da Fundação, na sala Derby. Márcia Angela Aguiar conheceu o projeto Alumiar, que oferece um espaço de inclusão social e de cultura para as pessoas com deficiências sensoriais. A apresentação foi realizada por Felipe Karnakis, monitor do Cinema.
Márcia Angela defendeu que o projeto tenha expansão, principalmente por meio de parcerias com universidades e cursos de Letras-Libras , por exemplo. Em seguida, Ernesto Barros, coordenador do Cinema da Fundação, apresentou a estrutura do equipamento cultural à presidenta e os projetos em mente para 2023.
“A visita é um primeiro momento, iremos detalhar ainda mais as ações em cada área da Fundaj. Temos um leque enorme de atividades sendo desenvolvidas nos diversos ambientes e, como havia dito, a busca é por uma ampliação da atuação e a ampliação, também, do quadro de servidores”, comentou Márcia Angela Aguiar.
Entrevista // presidenta da Fundaj, Márcia Angelo Aguiar
Concurso, parcerias nacionais e internacionais e valorização dos servidores: Márcia Angela fala sobre o desafio de ser a nova presidenta da Fundaj
Nomeada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, na quarta-feira (1º), a professora chega à Fundaj confiante na possibilidade de ampliar o leque de atuação da instituição
Nova presidenta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a Doutora em Educação Márcia Angela Aguiar expôs seus principais objetivos para a instituição federal. Buscando uma gestão democrática e expansão das atividades fora das fronteiras regionais, ela garante que a Fundação terá um olhar voltado ao social, em contato com as comunidades e com a rede de ensino pública.
Com um vasto currículo e experiência na gestão de políticas educacionais, a presidenta enxerga como um dos principais desafios conseguir a realização de um concurso público, ampliando e valorizando o quadro de servidores da Fundaj. Confira os principais pontos da entrevista.
Missão como presidenta da Fundaj
O nosso intuito é manter a atenção aos princípios, valores e legado da Fundação, no que diz respeito à valorização da cultura e da educação, mas tendo no horizonte a ampliação do trabalho para toda a região Nordeste e também nacionalmente. A Fundação desenvolve projetos que ultrapassam as fronteiras regionais, muito significativos, que podem ter, até mesmo, relacionamento internacional. Podemos desenvolver projetos em região de língua portuguesa com universidades e agências que trabalham com o incentivo à cultura e à educação.
Servidores públicos
Temos em vista valorizar o corpo da Fundaj, a ideia é propor um concurso público para ampliar o quadro de servidores. Precisamos buscar efetivamente ampliar o quadro de servidores da casa.
Formações
Consideramos importante o desenvolvimento e ampliação dos cursos livres, mestrados, especializações e que eles atinjam todo o Nordeste, entraremos em conversas com autoridades dos Estados, apresentando projetos com essa abrangência com vistas à formação da educação.
Compromisso
O compromisso afinado com o governo federal é ter atenção especial à educação pública para que seja de qualidade, referenciada pelo social, tendo valorização de profissionais que trabalham nas escolas, com parcerias mais efetivas com redes de ensino A Fundaj tem acervo riquíssimo e precisa fazer chegar na população, vamos aproximar a Fundaj das diversas comunidades, dando visibilidade aos trabalhos realizados.
Pesquisa
É preciso apoio às pesquisas e que elas digam respeito a problemas na educação, na ciência, na saúde, na sociedade em geral. A Fundaj contribui com conhecimento, pois está sempre criando, reelaborando, ressignificando e colocando à disposição das populações todo um trabalho.
Acervo artístico
Há um acervo que é referência da história, não só de Pernambuco e do Nordeste, mas nacional. Vamos olhar para o futuro, refletir questões do nosso tempo com perspectiva de futuro. A Fundação tem os grandes acervos e projetos que podem ser ainda mais desenvolvidos.
Gestão democrática
Um organismo como esse precisa de gestão democrática, o desenvolvimento de trabalho terá diálogo com servidores, coisas planejadas de forma cooperativa, trabalho articulado, valorização desses profissionais.
Primeira mulher presidenta da Fundaj
Penso que uma sociedade tão desigual como a nossa tem uma valorização maior do masculino. Então, quando se tem uma representação feminina, você verifica que é mais um passo no sentido de garantir igualdade de todas as pessoas. É um ponto interessante estar num cargo sendo a primeira mulher, isso faz a diferença, dá um recado para que o machismo não impere. Creio ter sido esse o recado do presidente Lula, com a valorização feminina, foi muito importante. Fui conselheira do CNE e de 11 conselheiros eu era a única mulher, mostra a dificuldade para que mulheres ocupem cargos de poder, geralmente ocupam cargos de patamar inferior. Por isso, assumir esses cargos mostra que somos capazes de ocupar qualquer posto.
Trajetória
Tive oportunidade de sempre ter olhar voltado para questões sociais, minha trajetória é ligada ao social e por isso tenho como marca, digamos assim, esse trabalho realizado ao longo do tempo de envolvimento na formação de servidores e política e gestão educacional, é minha área de atuação.
Intercâmbio
Precisamos pensar intercâmbios culturais e educacionais e desenvolvimento de pesquisas conjuntas com Portugal e países da África, com cursos conjuntos, terei palestras em Portugal e já levo a Fundaj neste circuito
Primeiras impressões
Tivemos reuniões com as diretorias, estamos levantando dados, teremos equipe para fazer transição, com levantamento e diagnóstico da Fundaj para um planejamento mais coletivo, pois são muitas dimensões de trabalho. A Fundaj vai me surpreendendo a cada setor, a cada prédio, temos impactos positivos, é de uma riqueza muito grande. Há o chamamento ao social, fiquei muito admirada como esse trabalho é desenvolvido, mesmo com poucas pessoas. Mostrou necessidade de ampliação desse quadro de servidores.