Notícias
Mais uma raridade no acervo da Fundação Joaquim Nabuco
Mais uma raridade no acervo da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) tem recebido atenção da equipe técnica do Centro de Documentação (Cedoc) da Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira (Cehibra), vinculada à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca). Trata-se de um conjunto de diapositivos de lanterna mágica, a antecessora dos aparelhos de projeção modernos. Também chamados de slides de lanterna, esses dispositivos eram produzidos sobre pequenas placas de vidro e, muitas vezes, coloridos à mão.
Os diapositivos de lanterna do acervo da Fundaj são bastante diversos e fazem parte da Coleção Jota Soares, que apesar de sergipano, é considerado o precursor do cinema pernambucano. Esse conjunto era projetado, originalmente, em 1922, na tela do Cinema Delícia, localizado na cidade de Maceió, antes mesmo do início das exibições dos filmes, ainda no período do cinema silencioso.
Todo o material conta com imagens de edifícios no Brasil e na Europa, reproduções de obras de arte e retratos de pessoas. Algumas dessas imagens foram assinadas pelo fotógrafo e jornalista alagoano Luís Lavenère, no início do século 20, enquanto outras, produzidas na Europa, no mesmo período.
“Esse conjunto agora está passando por tratamento técnico, sendo higienizado e catalogado para, posteriormente, ser digitalizado e disponibilizado no site da Fundaj”, afirma o historiador e servidor do Cedoc Rodrigo Cantarelli, destacando que a identificação foi um trabalho em conjunto do corpo técnico do Cedoc, que inclui Betty Lacerda e Tasso Brito, também historiadores.
Técnicas de projeção no tempo
Cantarelli ainda explica que a técnica de projeção de imagem através da luz foi inventada pelo monge alemão Athanasius Kircher, no século 17, que pintava diretamente sobre uma placa de vidro. “No entanto, foi somente em 1849 que os irmãos William e Frederick Langenheim, dos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica mais moderna de projeção de imagens através da fotografia, o que permitiu a sua popularização em usos tanto educativos quanto de entretenimento”, esclarece.