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Livro sobre "Iberotropicalismo" na obra de Freyre é lançado na Universidade de Salamanca
Foi lançado ontem, no Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca (Usal), o livro Iberotropicalismo: a hispanidade, os orientes e os ocidentes na obra de Gilberto Freyre. Organizado pelos professores Ángel Espina Barrio, Mario Helio Gomes de Lima e Pablo González, é uma publicação da Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco, e é o primeiro resultado direto do acordo de cooperação técnico assinado pela Fundaj e a Usal.
A obra, que reúne as palestras apresentadas por pesquisadores de diversos países em congresso inteiramente dedicado a Freyre e promovido pela Universidade de Salamanca, há dois anos, tem duas versões. Uma seleta, em papel, e outra, com todas as comunicações, a versão digital, em pdf e epub.
O diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, Mario Helio, atuou na realização do congresso que resultou no livro, assim como na organização, edição e lançamento da obra. Para ele, a publicação é um atestado da preocupação da Fundação Joaquim Nabuco com a pluralidade. "Ao realizar essa publicação em conjunto com a Universidade de Salamanca, a Fundaj cumpre o seu papel de difundir a cultura do Nordeste e dos seus principais autores inclusive fora do Brasil. A atuação conjunta com a Espanha e Portugal é mais do que um trabalho técnico e científico, é a natural conjunção cultural do Brasil com suas raízes ibéricas", ressaltou Mario Helio.
“O livro explica o termo tão poliédrico e plural que é o iberotropicalismo, abarcando a península ibérica e o Brasil, e também traz informações novas sobre as visitas de Freyre à Espanha e suas relações com autores espanhóis”, destacou Pablo González, no lançamento. “Conceitos como barroquismo, iberismo e interculturalidade estão muito presentes, além das questões Ocidente/Oriente, muito em voga na atualidade”, complementou.
A importância de Freyre
Espina Barrio lembrou que Freyre é um dos intelectuais ibero-americanos mais importantes, desde os seus estudos na Universidade de Columbia (Nova York), nos anos 1920, no século passado. “A vertente orientalista de Freyre é apenas um dos muitos aspectos que há em sua rica obra”. Ele enfatizou o trabalho editorial de qualidade da Fundação Joaquim Nabuco, ao publicar uma obra coletiva que contribui para tornar o pensamento de Freyre mais conhecido na Espanha e em outros países da Europa, e igualmente nos da América Latina.
O diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, Ignacio Berdugo sublinhou como fruto concreto do trabalho conjunto do Ceb e da Fundaj o livro sobre Freyre, e que contribui para aproximar os dois mundos: América do Sul, por intermédio do Brasil, e a Península Ibérica. Elogiou a capa do livro que traz a casa mourisca de Olinda referida e comentada na obra de Freyre, discorreu sobre a importância do acordo assinado pelo Centro e pela Fundação, e concluiu a cerimônia com a leitura do que escreveu Gilberto Freyre no livro de visitantes ilustres da Universidade de Salamanca, em 20 de fevereiro de 1969: “É um grande prazer para um hispano transoceânico estar nesta materna Salamanca”.