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Fundaj recebe especialistas para conversa sobre câncer de mama
Tocar e examinar o próprio corpo deveria ser um hábito cotidiano. Essa é uma das conclusões do bate-papo sobre o Outubro Rosa promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), na última terça-feira (26), com a mastologista Alessandra Saraiva e a oncologista Silvia Fontan. Ambas são referências no combate e tratamento ao câncer de mama em Pernambuco. A iniciativa integra o calendário de ações da Coordenação-Geral de Planejamento e Gestão de Pessoas (CGPGP), da Fundaj, e foi realizada no Cinema do Museu, no Complexo Cultural Gilberto Freyre, em Casa Forte.
Membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, Alessandra Saraiva explicou o surgimento da sua especialidade, a criação e disseminação da campanha Outubro Rosa, bem como dividiu experiências, esclareceu dúvidas e reiterou a importância do autoexame de mama e do acompanhamento periódico com um médico. “O câncer de mama é o câncer que mais mata mulheres no mundo. No entanto, ele tem 95% de cura. Então, o que está errado? As mulheres não estão descobrindo na hora certa”, alertou a mastologista, ao indicar que o autoexame deve iniciar junto com o crescimento da mama.
O autoexame de mama é uma técnica de prevenção usada na tentativa de identificar estágios iniciais do câncer de mama e consiste em apalpar todo o exterior dos seios. “Você pode até não saber o que está procurando. Mas se você se conhece e conhece o seu corpo, será a primeira a identificar quando houver algo incomum”, reforça a oncologista Silvia Fontan, que destacou a importância de desmistificar o câncer. “A gente precisa suspeitar. Porque se a gente não desconfia, a gente não investiga.” Quanto antes a descoberta, menos invasivos e intensos são os tratamentos.
De acordo com as especialistas, o câncer de mama no estágio inicial não apresenta sintomas, por isso a necessidade da atenção redobrada. Mensalmente, o autoexame. Anualmente, o acompanhamento médico. Outra coisa que as profissionais enfatizaram foi a importância de cultivar hábitos saudáveis. Na lista indispensável ao autocuidado entram: alimentação de qualidade e redução de processados, atividades físicas regulares, redução do álcool e cigarro e uma boa noite de sono. “A mensagem que queremos deixar é a de que você é prioridade. Se ame e se cuide”, declarou Alessandra.
Depoimento
Em 2005, a coordenadora-geral do Centro de Documentação e Estudos da História Brasileira (Cehibra), da Fundaj, Albertina Malta, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Dezesseis anos após sua trajetória de tratamento, ela dividiu sua experiência com diversas outras colaboradoras da Instituição presentes no evento. De acordo com Betty, como é conhecida, ela fazia acompanhamento anual desde o surgimento de calcificações, em 1997. “Vigilância e prevenção sempre. Acredite no tratamento, na medicina e no seu médico. Lute pelos seus direitos”, defendeu.
Abertura
Na abertura, o presidente da Fundaj, Antônio Campos, reiterou a importância da atenção à vida. “Não se morre só de Covid-19. A pandemia nos fez olhar com mais atenção para a nossa saúde, nos colocou frente a realidade que é a nossa finitude. Precisamos permanecer atentos e com o câncer de mama não é diferente”, disse. Coube à coordenadora do CGPGP, Mary Ann Pimentel, a apresentação das participantes. “Estamos muito felizes com a realização desta conversa. Hoje é um dia muito importante”. A médica da Fundaj, Cecília Carvalho, também esteve presente no evento.