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Fundaj recebe alunos do Centro Acadêmico do Agreste, da UFPE, para discutir acervo e acessibilidade
Repensar a acessibilidade cultural e valorizar o cinema local foram alguns dos temas abordados na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) nesta segunda-feira (17). A instituição recebeu alunos do curso de Comunicação Social do Centro Acadêmico do Agreste, da Universidade Federal de Pernambuco (CAA-UFPE) para apresentar o Projeto Alumiar Cinema Acessível, do Cinema da Fundação, e o acervo da Cinemateca Pernambucana.
A ação é fruto de um acordo de cooperação firmado em 2022 entre a Fundaj e o Serviço Social do Comércio (SESC/PE) e tem o objetivo de promover a inclusão social e cultural de pessoas com deficiências sociais contemplando a exibição gratuita de filmes nacionais com tecnologia de acessibilidade comunicacional. Dentre as atividades previstas, estão a divulgação dos acervos do Alumiar e da Cinemateca.
“Esse é um formato que a gente faz para que alunos do Ensino Superior também tenham a possibilidade de conhecer sobre acessibilidade, sobre os recursos das tecnologias assistivas e que esse diálogo se torne presente dentro da formação acadêmica dele. A gente apresenta o projeto e as ferramentas que a gente tem possíveis de ser trabalhadas para pessoas com deficiência, no audiovisual e na comunicação”, contou Túlio Rodrigues, monitor do Educativo, com formação em Acessibilidade.
Os estudantes participaram de uma mediação cultural à Cinemateca Pernambucana, feita pela monitora Luanna Santos. "A palavra que define o cinema pernambucano é provocação: o cinema de Pernambuco é bastante provocador", destacou. Ela também apresentou o espaço e o acervo e, em seguida, a professora da Universidade, Amanda Mansur, falou sobre a história do equipamento. Amanda é doutora em Comunicação, ministra disciplinas, oficinas e minicursos sobre teoria e prática do audiovisual. "Uma das áreas fortes do curso é o audiovisual, então a ideia foi trazer os alunos para conhecerem a Cinemateca Pernambucana", comentou a professora.
Após conhecer o espaço que arquiva e preserva a história do cinema pernambucano, os alunos de comunicação participaram de uma Sessão Alumiar de Cinema Acessível, com exibição dos curtas "Salu e o Cavalo Marinho", "A árvore do dinheiro", "Vendo Ouvindo" e "Vivências". Após as exibições, o grupo debateu sobre acessibilidade e o processo de produção de filmes.
A estudante do 2° período, Sheyla Caroline, vivenciou a exibição com outra perspectivas. "Superou as minhas expectativas. Eu, como uma pessoa com TDAH, sempre tive uma dificuldade muito grande nos cinemas e, muitas vezes, até desisto de ir. Mas aqui consegui assistir a tudo do começo ao fim, fiquei mais à vontade, parecia que estava em casa. Amei a experiência. É outro cenário e é algo que todo mundo precisa experimentar pelo menos uma vez na vida", contou.
Aluna do 4º período, Janine Nascimento, não conhecia o Projeto Alumiar, nem a Cinemateca. "Semana passada estava assistindo aos filmes de Hilton Lacerda e descobrindo o universo do cinema pernambucano. A universidade está me auxiliando a celebrar a minha cultura e consumir as produções daqui. Foi uma experiência muito massa hoje", celebrou.
Os recursos de acessibilidade no audiovisual, como Audiodescrição, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Legendas para Surdos e Ensurdecidos, foram abordados durante as exibições e o debate. Na oportunidade, os estudantes puderam discutir o cinema público como espaço que precisa ser ocupado por todas as pessoas. Dentro da parceria com o Sesc, além da visita aos equipamentos culturais da Fundaj, os alunos conferiram a Exposição de 50 anos de Animação Pernambucana, no Sesc Casa Amarela.