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Fundaj promove encontro para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente 2024
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist), da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) promove, nos dias 13 e 14 deste mês, na Faculdade do Sertão do Pajeú (FASP), em Afogados da Ingazeira/PE, um encontro comemorativo ao Dia Mundial do Meio Ambiente 2024.
O evento é gratuito, presencial e com emissão de certificado. Inscrição prévia pelo link: https://www.even3.com.br/combate-a-desertificacao-resiliencia-as-secas-e-restauracao-das-terras-na-perspectiva-da-educacao-contextualizada-para-a-convivencia-com-o-semiarido-com-atencao-especial-as-mulheres-e-juventudes-465817
O tema do encontro é “Combate à desertificação, resiliência às secas e restauração das terras na perspectiva da Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido, com atenção especial às mulheres e juventudes”. Nesta iniciativa, a Fundaj conta com os apoios da Secretaria de Educação de Afogados da Ingazeira; da Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab); do Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema/UFPE); da Casa da Mulher do Nordeste (CMNE - Caatinga Viva e apoiadores); da Diaconia; da Rede Pajeú de Agroecologia; e do Centro Sabiá.
Coordenadora-geral do Cedist, a pesquisadora Edneida Cavalcanti explica que o ano de 2024 está sendo importante na retomada do tema da desertificação, seca e degradação da terra no Brasil. Segundo ela, as razões são muitas: “Completamos 20 anos da elaboração do Programa Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN 2004), estamos no ano do 30º aniversário da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD)”.
Além disso, a pesquisadora destaca que há coincidência de realização das Conferências das Partes das três convenções-quadro da Organização das Nações Unidas: Mudança do Clima, Diversidade Biológica, e Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca. “Essas convenções precisam ser abordadas de forma sinérgica, pois na realidade dos territórios tudo está interligado. Outro aspecto importante este ano foi a recriação da Comissão Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca, e também foi desencadeado o processo de elaboração do Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca (PAB 2024-2044)”, reforça.
“A Fundaj se soma, anualmente, às iniciativas referentes ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, cujas ações passaram a acontecer a partir da I Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, ocorrida em Estocolmo, Suécia, em 1972. A Arábia Saudita será o país anfitrião do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2024, que tem como tema a ‘Restauração de Terras, Desertificação e Resiliência à Seca’. Ou seja, este evento em Afogados da Ingazeira será um momento de reflexão sobre as questões ambientais”, complementa a também pesquisadora da Dipes/Fundaj Solange Coutinho.
Edneida Cavalcanti reforça ainda que o encontro vai contribuir com reflexões sobre o papel da educação diante desses desafios postos por um mundo de tantas incertezas e onde os eventos extremos de clima (chuvas e secas) se tornam cada vez mais frequentes. “Para as regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, a degradação da terra (solo, água, cobertura vegetal e qualidade de vida das pessoas) desencadeia o processo da desertificação e compromete a capacidade produtiva nos territórios de vida das populações. A educação contextualizada para a convivência com o semiárido é uma base importante para pensarmos em outros futuros possíveis, com justiça socioambiental, sustentabilidade e qualidade de vida.”
Década das Nações Unidas
A restauração de terras é um pilar fundamental da Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas (2021-2030), um apelo à proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, que é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Além disso, 17 de junho é o Dia Mundial de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca, e este ano o tema proposto é “Unidos pela terra". Nosso legado. Nosso futuro”, um chamamento a ações conjuntas e coordenadas visando chegar à neutralidade na degradação ambiental.
A desertificação, a degradação da terra e as secas representam desafios prementes e urgentes, e cerca de 40% da superfície do planeta se encontra degradada. Dos 8 bilhões de habitantes do planeta, mais de um bilhão de jovens menores de 25 anos vivem em países em desenvolvimento, particularmente em regiões que dependem diretamente da terra para o seu sustento. Em todo o mundo, cerca de dois bilhões de pessoas vivem atualmente em condições de insegurança alimentar grave, sem acesso regular a alimentos nutritivos e em quantidade suficiente.
Nas terras áridas, semiáridas e subúmidas secas do Brasil, as áreas com degradação severa e crítica já são muito significativas e comprometem a sociobiodiversidades e, por conseguinte, a produção de alimentos e a segurança e soberania alimentar e nutricional. Por sua vez, são as mulheres as mais afetadas pelos processos de degradação da terra e pelas secas. “A desigualdade de gênero afeta o acesso das mulheres aos recursos de terra e água e o acesso a estruturas financeiras e de apoio. Reduz a sua influência nas redes comunitárias, culturais e formais e também sua contribuição para os processos coletivos de tomada de decisão”, afirma Edneida.
Pesquisa no semiárido
A realização deste evento em Afogados da Ingazeira-PE tem um significado especial para a também pesquisadora do Cedist Edilene Pinto. “Justamente por termos realizado recentemente neste município um trabalho de pesquisa e de formação continuada envolvendo professores, coordenadores pedagógicos e gestores de escolas do campo da rede municipal de ensino (Pesquisa “A Realidade das Escolas e a Memória da Educação em Municípios do Semiárido Brasileiro” e o Curso de Formação continuada em Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido), o que fortaleceu a revisão e reelaboração dos projetos políticos pedagógicos (PPP) das escolas do campo.”
Segundo Edilene, esse trabalho também ajudou a contribuir no processo de construção das Diretrizes Municipais para Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido no município do Pajeú. “Foi algo fundamental para a elaboração da Política Municipal de Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido e Agroecologia da Rede Municipal de Ensino deste município, sancionada pela Lei Ordinária Nº 1.011/2023 de 01 de setembro de 2023. Isto ratifica a Fundaj enquanto instituição de pesquisa social, ao longo de sua trajetória de 75 anos de existência, na contribuição de elaboração de políticas públicas em favor do bem viver do homem nordestino”, comemorou a pesquisadora.
Programação:
Quinta-feira (13/06)
Tarde
14h30 - Credenciamento e roda de boas-vindas.
15h - Mesa de abertura
15h30 - Mesa Temática – Combate à desertificação, resiliência às secas e restauração das terras: múltiplos olhares a partir da perspectiva da Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido
Coordenação: Edilene Pinto (Fundaj)
Participantes:
- Edneida Cavalcanti (Fundaj; integrante da equipe de coordenação para elaboração do PAB 2024-2044)
- Ana Célia Menezes (UFPB; Resab)
- Sara Rufino (Casa da Mulher do NE)
- Ita Porto (COBH Pajeú; Diaconia)
17h Diálogo com os participantes e encerramento do dia
17h30 Encerramento e lanche
Sexta-feira (14/06)
Manhã
8h30 - Roda de boas-vindas e conexão com o dia anterior.
9h - Carrossel de Experiências – Apresentação de experiências exitosas de convivência com o semiárido.
Coordenação: Solange Coutinho (Fundaj; UPE) e Vanice Selva (Prodema UFPE)
Participantes:
- ATER Mulheres (Casa da Mulher do Nordeste – Evanice, município de Itapetim)
- Reuso de água para irrigação de Sistemas Agroflorestais (Centro Sabiá – Valdirene de Souza Santos, grupo de mulheres da comunidade Poço Grande, município de Flores)
- Formação em ECSAB nas escolas do campo em Afogados da Ingazeira (Seduc/Afogados da Ingazeira – Wivianne Fonseca)
- Educação do Campo (Gerência Regional de Educação/Sertão do Alto Pajeú – Edvânia de Souza e Silva)
11h - Partilha dos aprendizados.
Tarde
14h - Roda de Conversa – Trilhando caminhos para a Convivência com o Semiárido
Coordenação: Vanice Selva (Prodema/UFPE)
Participantes:
- Edmerson Reis (UNEB; Resab) – A ECSAB e os jovens no combate à desertificação, resiliência às secas e restauração das terras.
- Edilene Pinto (Fundaj; Resab) – Pesquisa e formação na incidência de políticas públicas relacionadas a ECSAB
- Alessandro Palmeira (Sandrinho) (Prefeito Afogados da Ingazeira) – A Política Municipal de Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido e Agroecologia na Rede Municipal de Afogados da Ingazeira
- Apolônia Gomes (Rede Pajeú de Agroecologia) - Combate à desertificação, resiliência às secas e restauração das terras na perspectiva das mulheres e da agroecologia.
15h30 - Diálogo com os participantes
16h - Principais anúncios que o encontro possibilitou, identificação de desdobramentos e encerramento – Edneida Cavalcanti (Fundaj)
17h - Lanche, confraternização
Evento gratuito, presencial e com emissão de certificado
Inscrição prévia pelo link:
https://www.even3.com.br/combate-a-desertificacao-resiliencia-as-secas-e-restauracao-das-terras-na-perspectiva-da-educacao-contextualizada-para-a-convivencia-com-o-semiarido-com-atencao-especial-as-mulheres-e-juventudes-465817