Notícias
Fundaj presente em Congresso da Associação de Estudos Latino-Americanos, na Colômbia
O pesquisador da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Joanildo Burity participará do Congresso da Associação de Estudos Latino-Americanos (LASA, sigla em inglês), que acontece, de 12 a 15 deste mês de junho, na Universidade Javeriana, em Bogotá, capital da Colômbia. Na ocasião, Joanildo estará coordenando, ao lado da professora colombiana Bibiana Ortega, a área temática de "Religião, Sociedade e Política". O evento deste ano tem como tema "Reação e Resistência: Imaginando Futuros Possíveis para a América Latina" e contará com 6.400 participantes de 63 países, nas modalidades presencial e virtual.
Pesquisador da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundaj e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do Laboratório de Estudos de Religião e Política (Laberp), Joanildo Burity explica que o congresso é um encontro internacional bastante consolidado e que acontece a cada dois anos. E acrescenta que a LASA é uma associação que reúne estudiosos da América Latina e do mundo inteiro. "Apesar de estar baseada nos Estados Unidos, ela tem uma conexão sólida com a América Latina. É um encontro muito conhecido no campo das humanidades e das ciências sociais. Então é um evento bem amplo, não inclui apenas as ciências sociais, mas também as humanidades, como literatura, filosofia, história...".
PESQUISA
Burity acrescenta que, dentro da programação da área temática de "Religião, Sociedade e Política", que está coordenando, haverá mesas redondas e pequenos Grupos de Trabalho. Joanildo Burity apresentará um trabalho baseado na pesquisa que começou a desenvolver. O tema é "Religião e Populismo". “É um pouco dessa discussão mais recente sobre a questão do conservadorismo no campo da política brasileira e o papel dos grupos religiosos. Estou explorando nisso essa ideia de que, em nome de uma maioria cristã, confundida com o povo brasileiro, o campo conservador alcançou um grau bastante significativo de mobilização e de força política, tanto nas ruas como no parlamento e no governo, especialmente durante o governo Bolsonaro", argumenta.
Segundo ele, esse fenômeno levou a uma grande disputa em torno de quem é o povo brasileiro, em torno da cidadania, de quem representa a maioria na sociedade. "No argumento desses grupos, há uma composição de dois grandes significantes: 'O cidadão de bem' e 'a maioria cristã'. O cidadão de bem faz uma articulação mais secular e mais propriamente política do tema da cidadania e do povo. E a maioria cristã faz uma articulação mais em termos de valores e de fé, essa ideia da matriz cristã da sociedade brasileira, dos valores tradicionais etc. Então, o trabalho chama atenção para o fato de que, na construção dessa articulação entre ‘o cidadão de bem’ e ‘a maioria cristã’, esse campo construiu uma fronteira polarizando fortemente tudo aquilo que, para eles, significa uma oposição a essas duas perspectivas", reforça.