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Fundaj participa do encerramento da Semana Pedagógica na UFPE e faz pré-lançamento de Núcleo de Educação em Direitos Humanos
A presidenta da Fundação Joaquim Nabuco, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, e a diretora de Planejamento e Administração da Fundaj, Aida Monteiro, participaram da mesa de encerramento da Semana Pedagógica, do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na sexta-feira (1°), com participação do Ministro de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, da senadora Teresa Leitão, do reitor da UFPE, Alfredo Gomes, e da diretora do Centro de Educação da UFPE, Ana Lúcia Félix, que destacou a relevância da Semana Pedagógica.
Diante de uma Concha Acústica lotada, o ministro demonstrou, mais uma vez, por que é considerado um dos principais pensadores brasileiros da atualidade. Silvio Almeida iniciou sua fala destacando Paulo Freire e defendendo a universidade pública brasileira. “Atacar Paulo Freire não é atacar um homem, um professor. Atacar Paulo Freire significa atacar o Brasil, atacar o que suas ideias propunham, que é acreditar num País melhor. Ele acreditava na potência do povo brasileiro. É um projeto daqueles que querem desumanizar o Brasil, para impedir o povo de acreditar que pode se livrar dos resquícios da escravidão, da ditadura, do autoritarismo”, disse o ministro.
Silvio Almeida também repudiou os ataques às universidades, ressaltando que “atacar a universidade é atacar a possibilidade do Brasil fazer ciência para o povo e com o povo e é importante destacar que a universidade pública começou a ser atacada, ainda mais, quando abriu as portas para quem nunca esteve na universidade, os pretos, indígenas, quilombolas.” Em seguida, o ministro reforçou a importância de uma educação em direitos humanos e crítica, assim como a necessidade de se resguardar a memória, para que erros não sejam novamente cometidos.
Uma das propostas apresentadas por Silvio Almeida, por exemplo, foi a criação do maior centro de memória da América Latina e a garantia de que todas as pessoas do País tenham facilidade em retirar seus documentos para maior facilidade no acesso a seus direitos. “Não podemos achar normal que crianças não tenham o que comer, temos que achar absurdo que pessoas não comem porque não têm uma coisa chamada dinheiro, que não tenham acesso a médico e saúde porque não têm plano de saúde, isso tem que nos chocar o tempo todo”, declarou.
A presidenta Márcia Angela Aguiar, que fez a fala de encerramento do evento, destacou o papel da Fundação Joaquim Nabuco na salvaguarda desses direitos e da memória e foi ovacionada ao anunciar ao público o pré-lançamento do Núcleo de Educação, Cultura, Inclusão, Meio Ambiente e Diversidade em Direitos Humanos (NECIMADH) da Fundaj, que será lançado em breve. “Muito feliz em ver a juventude aqui presente, sem medo de gritar ‘Viva Paulo Freire!”. Hoje, ocupando a presidência de uma Fundação, prezamos pela educação e pelos direitos humanos. Inclusive, tivemos no Cinema da Fundação a presença de John Shipton, pai de Julian Assange, no lançamento nacional do documentário sobre a luta pela liberdade de seu filho e pela liberdade de expressão, no sentido mais amplo. Me honra ter tido essa presença e chegar hoje, neste espaço, e ouvir o ministro e todos e todas presentes na defesa dos direitos humanos”, destacou a presidenta.
Mediadora da conferência, Aida Monteiro, destacou a educação nesta área como um processo de construção social, sistemático e multidisciplinar, ressaltando a necessidade de uma prática cidadã ativa, por meio de processos pedagógicos democráticos, participativos e inclusivos, com respeito ao meio ambiente e às diversidades. Além de diretora na Fundaj e especialista em direitos humanos, Aida Monteiro é coordenadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos e coordenadora do do Núcleo de Educação, Cultura, Inclusão, Meio Ambiente e Diversidade em Direitos Humanos (NECIMADH), que será lançado em breve.
“O país tem fome não somente de alimento, tem fome de uma educação problematizadora, questionadora, que nos ajude a entender o mundo em que vivemos. Temos fome de justiça social, temos fome de um desenvolvimento socioambiental sustentável. São grandes os desafios. Nessa perspectiva, nos colocamos na condição de defensores dos direitos humanos”, afirmou. Aida Monteiro ressaltou, também, a importância da revogação de atos que estabelecem regras limitadas para colegiados da administração pública; do programa de escolas cívico-militares e da lei que propõe o ensino domiciliar.
Semana Pedagógica
Ao longo de três dias, a Semana Pedagógica do Centro de Educação teve como temática: "Educação como bem público: Conquista cidadã e direito inalienável". Foram realizadas 2.096 inscrições, 64 apresentações de trabalho e cerca de 70 atividades, entre debates, minicursos e outros. Coordenaram as atividades da Semana Pedagógica, a diretora do Centro de Educação, professora Ana Lúcia Félix, e a professora Ana Paula Mota. Participou também do encerramento a Orquestra de Frevo Experimental da UFPE, que apresentou obras autorais e clássicos do frevo pernambucano, na abertura do evento.