Notícias
Fundaj participa do Ciclo de Palestras Global Cultures and Museums
A pesquisadora e historiadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), Cibele Barbosa, participou, na terça-feira (3), do Ciclo de Palestras Global Cultures and Museums, promovido pela Universidade de Toronto (U of T), no Canadá. A reunião foi realizada de modo virtual, articulada e mediada pelo professor brasileiro da U of T, Bruno Véras, que participou do Projeto Trocas Atlânticas, na Fundaj.
O debate, realizado em formato de seminários semanais, com professores e pesquisadores convidados do Brasil, de países africanos, dos Estados Unidos e do Canadá, trata sobre questões de museus e culturas globais. Cibele Barbosa, da Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira (Cehibra), que integra a Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), foi a convidada da semana e falou a respeito dos limites do uso de fotografias produzidas em períodos coloniais, tema baseado em pesquisa e artigo feitos por ela: “Imagens afro-atlânticas: usos e circuitos transnacionais da fotografia de populações negras nos tempos do colonialismo”.
“As pessoas retratadas, em geral, não tinham muitas escolhas nem controle sobre a exibição dos seus corpos. Essa lógica de exposição dos museus, na forma de cartões postais e de fotografias, essa circulação de imagens em contextos de exibição colonial é algo que merece uma discussão: até que ponto, a gente, hoje, não reproduz um pouco ou em parte, essa lógica de mostrar esses corpos, mesmo com a intenção de denunciar ou de fazer uma abordagem crítica?”, indagou a pesquisadora aos participantes.
Cibele Barbosa ressaltou a importância de pensar e indagar as intenções dessas imagens, para quem trabalha com esses espaços de reflexão, como no caso da Universidade Pública de Toronto. Para ela, é preciso questionar os limites do uso desse material, para que não haja continuidade dessa exibição “de forma indiscriminada e sem qualquer contextualização”.
O trabalho de pesquisa da servidora da Fundaj buscou mostrar, por meio de coleções de cartões postais e de fotografias, do acervo da Fundação, situadas no início do século XX, entre 1906 e 1908, a exemplo da coleção de Augusto Oliveira, as representações tanto de africanos como de descendentes de africanos, nas diásporas das Américas, do Brasil e da América Caribenha.