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Fundaj participa de seminário preparatório para a COP 16, na Sudene
Pesquisadores do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) participaram, na terça-feira (15), no Seminário Científico Nacional Preparatório para a 16ª Conferência das Partes (COP) da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD). Realizado na sede da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), no bairro de Boa Viagem, Recife, o encontro teve como mote central as contribuições da comunidade científica brasileira no combate à desertificação.
Um dos objetivos do seminário foi o levantamento dos desafios enfrentados e das soluções construídas pela comunidade científica brasileira, de modo a preparar a delegação do país para a COP 16, que será realizada entre os dias 2 e 13 de dezembro em Riad, capital da Arábia Saudita. Os presentes no encontro também debateram questões como articulação dentro da própria comunidade científica, o reconhecimento de saberes populares e a busca de fontes de financiamento para soluções tecnológicas.
A coordenadora do Cedist/Dipes, Edneida Cavalcanti, e a pesquisadora Alexandrina Sobreira participaram do evento. Na mesa de abertura, a coordenadora do Cedist apontou a mudança na dinâmica demográfica no Brasil e no Nordeste como um tema necessário nas discussões sobre mudanças climáticas, em especial sobre a desertificação. “A Fundaj integra a coordenação para a revisão do Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Isto já nos coloca numa posição bastante relevante para agir na linha das políticas públicas, principalmente para que pudéssemos ter uma escuta ativa junto à sociedade”, afirma a coordenadora, que ainda apontou a necessidade de colocar em pauta o semiárido, que ocupa mais 80% do território nordestino.
Além da Fundaj e da Sudene, também participaram do debate pesquisadores e representantes de instituições e coletivos como o Instituto Nacional do Semiárido, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Observatório Nacional de Segurança Hídrica e Gestão Adaptativa o Observatório da Caatinga e Desertificação da Universidade Federal de Campina Grande, entre outros. A partir do seminário, um relatório será elaborado e enviado aos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e das Relações Exteriores. A nota técnica deve, então, ser apresentada oficialmente pelo Brasil na COP 16, ressaltando a urgência do enfrentamento à desertificação e propondo ações para lidar com o desmatamento da caatinga, bioma predominante no semiárido nordestino.
Responsável pela linha de pesquisa sobre desertificação no Insa e correspondente científico do Brasil junto à UNCCD, Aldrin Perez espera que o Brasil possa levar contribuições relevantes sobre as mudanças climáticas na COP 16 e destacou a importância do relatório elaborado a partir do seminário. “Particularmente, fico feliz com essa representação, até porque há muitos elementos para apresentar [aos ministérios] e, com o público que temos aqui, certamente isso vai ficar ainda mais poderoso”, comentou o pesquisador.