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Fundaj oficializa doação do acervo de Japson Almeida em cerimônia marcada por emoção
Foi oficializada, nesta quarta-feira (16), a doação do acervo fotográfico de Japson Macedo de Almeida à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A assinatura do termo de doação foi realizada por cinco filhos do fotógrafo alagoano e pela presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar. A cerimônia marcou o encerramento da exposição “Japson de Almeida: Fragmentos de um Olhar”, uma homenagem a Japson, além do lançamento de um livro com o mesmo nome. A assinatura ocorreu na Sala de Leitura Nilo Pereira, localizada no Campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby.
A doação foi conduzida pela equipe do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundação Joaquim Nabuco. A documentação é composta por registros raros e representativos da cultura nordestina, incluindo fotos que retratam a pesca artesanal de sururu, jangadas, praias e outros aspectos da vida cotidiana da região.
Para a presidenta Márcia Angela Aguiar, a doação representa um gesto de confiança da família na capacidade da Fundaj de cuidar e valorizar esse patrimônio cultural. “É uma alegria para a Fundaj receber acervos valiosos como este, que mostram um grande respeito pela cultura brasileira. A emoção da família reflete o quanto essa doação carrega consigo parte da história deles, e nós temos a responsabilidade de preservar isso com todo o cuidado”, afirmou.
Autodidata, Japson Almeida é lembrado por seu olhar singular sobre as paisagens e as pessoas de sua terra. “Meu pai deixou um legado. Ele observava tudo, acordava cedo para observar as flores, o amanhecer, os movimentos das borboletas. Era assim que ele educava seu olhar e sua arte”, recordou Socorro Almeida, uma das filhas do fotógrafo, emocionada ao ver o acervo exposto.
Japson Filho também participou da cerimônia e falou na abertura, representando a família, que compareceu em peso ao evento. Ele também se emocionou e ressaltou a confiança que a família deposita na instituição. “Estamos fazendo com que a história dele continue viva. Sabemos que as pessoas vão ter a oportunidade de conhecer o trabalho do nosso pai e entender o valor do artista e do fotógrafo. A Fundaj é o lugar certo para isso”, afirmou. Além de Japson Filho e Socorro, também participaram e assinaram a doação os filhos Luiz Carlos, Fernando e Gustavo Almeida.
O momento também foi uma oportunidade para homenagear o importante fotógrafo. Segundo Nadja Tenório, coordenadora do Cehibra, a exposição e a cerimônia de encerramento foram além da formalidade do ato de doação. “Foi mais que uma assinatura. Ver o material exposto durante a semana trouxe um valor simbólico muito importante tanto para a família quanto para a Fundação”, destacou. A historiadora da Fundaj e curadora da exposição, Albertina Lacerda, reforçou o simbolismo da doação para ambas as partes envolvidas. “A doação de um acervo familiar é sempre carregada de emoção. Não se trata apenas de objetos ou documentos, mas de afetos e memórias. Abrir mão desse legado é difícil, mas a Fundaj oferece a garantia de preservação e longevidade que a família buscava”, declarou.