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Fundaj leva poesia pernambucana ao Marrocos
A poesia pernambucana cruzou o oceano Atlântico até o Marrocos por meio de palavras, imagens e sons produzidos no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica de Ensino Médio da Fundação Joaquim Nabuco (Pibic-EM/Fundaj).
No dia 21 de março, data em que se comemora o Dia Mundial da Poesia, estudantes e pesquisadores iniciaram a jornada poética “O mar, futuro da humanidade e espaço dos sonhos”, promovido pela associação marroquina sem fins lucrativos “Espaço Mediação”. O evento foi realizado em Harhoura (prefeitura de Skhirate Temara), vizinha à capital marroquina de Rabat, contando com a participação de estudantes marroquinos da escola Yacoub El Mansour, que se conectaram virtualmente aos brasileiros da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Cândido Duarte, situada na Zona Norte do Recife.
Com os poemas “Mar(ço) de esperanças”, escrito pela estudante de iniciação científica Isabella Maia, “O mar”, de Túlio Velho Barreto, e “As águas do Recife”, de João Cabral de Melo Neto, o Laboratório Multiusuários em Humanidades (multiHlab) da Fundaj produziu um videoclipe exibido durante o evento no Marrocos. Na produção, Isabella Maia declama sua própria poesia, dividindo a cena e a leitura dos outros poemas com suas colegas estudantes Bianca Lopes, Bárbara da Silva, Maria Clara Lima e Natália Gusmão.
O organizador do evento e sociólogo Abdelfattah Ezzine destaca que a poesia é uma ferramenta para despertar a consciência, evocando sentimentos e emoções nobres. Para ele, a parceria com o Pibic da Fundaj abre caminho para a criação de um projeto transatlântico de educação intercultural entre estudantes marroquinos e brasileiros. Ezzine já visitou a Fundaj duas vezes, em 2017 e 2020, quando proferiu dois seminários na Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), tratando da produção sociológica no Marrocos. Nessas ocasiões, teve a oportunidade de conhecer o Programa Pibic-EM, tendo inclusive feito uma visita à escola Cândido Duarte. “Nosso evento poético celebrou o mar como fronteira e ponto de encontro. Por meio da poesia e da ciência, enfatizamos uma educação intercultural de respeito à diferença para cultivar modos de viver uns com os outros”, afirma o sociólogo.
Túlio Velho Barreto, pesquisador da Fundaj e poeta, emocionou-se durante o evento. Além de ser um dos pesquisadores orientadores do Pibic-EM, viu seu poema ser declamado por uma das estudantes do programa. "Não tenho dúvidas em afirmar que hoje vivenciei pessoal e profissionalmente um dos momentos mais ricos desses cinco anos do programa na Fundaj” - destaca.
Geovany Andrade, estudante bolsista do Pibic-EM, sente-se orgulhoso de participar do programa da Fundaj. “Ver um pedacinho do nosso país sendo compartilhado com pessoas de uma cultura tão distinta me deixa muito feliz" - diz. Sua colega Bárbara da Silva, uma das declamantes destaca: "Não cabe no peito a felicidade de ver um pouco da nossa cultura sendo compartilhada com outro continente”.
A assistente de gestão Jeane Lima, da EREM Cândido Duarte, salienta a importância da parceria da escola com a Fundaj, instituição na qual ela é cursista do Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio). Para ela, a organização local do evento, coordenado pela pesquisadora Ana Abranches e pelo pesquisador Alexandre Zarias, proporcionou um momento rico de trocas entre estudantes do Marrocos e do Brasil.