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Fundaj é reconhecida pelos seus 72 anos de serviço museológico
Uma celebração à museologia da Fundação Joaquim Nabuco. Na tarde da segunda-feira (13), a Fundaj recebeu a Medalha de Mérito Museológico do Conselho Federal de Museologia. Enquadrando-se na categoria Institucional, o Órgão foi reconhecido pelos serviços de 72 anos na preservação e circulação de acervos. Além da Fundaj, a museóloga Maria Regina, funcionária aposentada da instituição, também recebeu uma medalha de mérito pelos serviços prestados para a museologia nordestina.
Para a entrega das medalhas, foram convidados à Mesa Solene, o presidente do Conselho Regional de Museologia da 1ª Região, Saulo Moreno Rocha, que entregou o título da Fundaj, e a secretária do Corem 1R, a museóloga Roselia Adriana Barbosa da Rocha para entregar a medalha à museóloga Maria Regina. “Neste momento de celebração da memória, é sempre importante lembrar da importância do coletivo. O próprio Muhne veio de uma formação coletiva, precedente dos Museus de Antropologia, de Arte Popular e do Açúcar. Essa junção faz parte de sua biografia e somos importantes quando participamos do coletivo com vocês”, enfatizou o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, Mario Helio, que representou a instituição no recebimento da medalha.
A museóloga Maria Regina, por sua vez, fez uma retrospectiva de seus passos como museóloga da Fundaj. “Cheguei a Pernambuco em 1973, recém-formada e cheia de gás. O que me entusiasmou e surpreendeu foi que o antigo Museu de Antropologia do instituto Joaquim Nabuco me trouxe um novo olhar sobre a cultura brasileira”, destacou ela, que também fez questão de falar de seus colegas de trabalho. “A minha trajetória construída aqui não foi solitária. Sou uma das construtoras dos caminhos museológicos da Fundaj, que propôs uma visão antecipadora do museu como papel de voz ativa da comunidade”, comentou.
Debates
A entrega das medalhas foi precedida de dois debates que compõem uma série promovida pelo Seminário Trajetórias e Poder na Museologia Nordestina. O evento aconteceu no Cinema da Fundação/Museu, localizado no Campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte. O primeiro, com o tema “Poder dos Museus Nordestinos”, contou com com Átila Bezerra Tolentino (da Rede de Educadores em Museus da Paraíba), Gleyce Kelly Maciel Heitor (da Oficina Francisco Brennand) e Gilvanildo Klebson Mendes Ferreira (do Museu do Mamulengo de Glória do Goitá). “Esse tema me incomoda de forma particular porque precisamos ter cuidado com que tipo de poder lidamos. Não pode ser o de coerção. A partir de um novo entendimento de alguns pensadores, existem três pontos a serem destacados: o poder de caminharmos juntos à sustentabilidade, o poder de inovar em termos digitais e o de reforçar vínculos comunitários através da educação”, afirmou a educadora Gleyce Kelly.
Mais adiante, foi falado sobre as formas do museu realizar uma boa comunicação sobre características regionais. Foram citados exemplos de museus comunitários da Paraíba e falou-se sobre representação de comunidades inviabilizadas. “Esses museus são comprometidos com os direitos humanos, dignidade e participação da comunidade”, afirmou Átila Bezerra.
A museologia da Fundaj
Já o segundo debate, intitulado de “Trajetórias da Museologia na Fundação Joaquim Nabuco (1949-2022)”, contou com Albino Oliveira Júnior (coordenador de Museologia do Muhne), Henrique de Vasconcelos Cruz (museólogo e coordenador de exposições do Muhne) e Maria Regina Martins Batista e Silva (museóloga aposentada da Fundaj). O atual coordenador de museologia da Fundaj, Albino Oliveira, frisou o pioneirismo da instituição no trabalho de documentação e indicou a necessidade de profissionalização nos museus. Em seguida, para fechar o bloco, o museólogo Henrique Cruz fez um breve resumo sobre a formação e trajetória do Museu do Homem do Nordeste