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Fundaj e Fiocruz debatem perspectivas da iniciação científica no ensino médio
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), realizou, nesta quarta-feira (4), o encontro “Iniciação Científica no Ensino Médio: Experiências Fiocruz e Fundaj”. O debate, que contou com a participação de pesquisadores e egressos do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC) da Fundaj e da Fiocruz, aconteceu na Sala Calouste Gulbenkian, no Campus Gilberto Freyre, em Casa Forte.
A mesa de abertura foi composta pelo diretor de Pesquisas Sociais (Dipes), Wilson Fusco, pela coordenadora de Iniciação Científica, Beatriz Mesquita, pela coordenadora da Iniciação Científica do Ensino Médio da Fundaj (PIBIC-EM), Viviane Toraci, e pela coordenadora executiva do PIBIC-EM da Fiocruz, Cristiane Braga.
Representando a presidenta da Fundação Joaquim Nabuco, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, o diretor da Dipes destacou a relevância do programa no compartilhamento de conhecimento com os mais jovens. “Uma das maiores satisfações que temos na Fundação é a experiência de compartilhar o tempo com a nossa juventude. Para nós, isso é muito importante no dia a dia, e trazê-los para participar das nossas pesquisas também é um diferencial”, afirmou Wilson Fusco.
Beatriz Mesquita, por sua vez, ressaltou a importância do PIBIC/Fundaj na aproximação da instituição e dos pesquisadores com o público jovem. “Na Fundação, damos prioridade ao nosso programa de iniciação científica. Buscamos não só oferecer aos alunos e alunas um programa organizado, diferenciado e com uma assistência mais próxima, mas também refletimos sobre a metodologia e o impacto desse processo na sociedade. Além de operacionalizar o programa, pensamos em formas criativas de melhorar essa aproximação com os jovens, algo que temos discutido muito na Fundação.”
Debates
A primeira mesa do dia, coordenada por Viviane Toraci, foi composta pelos pesquisadores e membros do comitê institucional do PIBIC da Fundaj Darcilene Gomes, que também é coordenadora do Centro de Estudos de Cultura, Identidade e Memória (Cecim/Dipes), e Allan Monteiro, além das estudantes egressas Débora Silva e Marjorie Louise. Na ocasião, foram compartilhadas experiências do laboratório de pesquisa e extensão da Iniciação Científica da Fundação (SocioLab).
A coordenadora do PIBIC-EM/Fundaj destacou a importância da abertura da Fundaj para os jovens participantes do programa. “É construída essa visão de usar o espaço público como um espaço próprio, que estimula o estudo. O estudante não vem para brincar, mas para usar a biblioteca e dialogar com as pessoas”, comentou Viviane Toraci. Por sua vez, Darcilene Gomes enfatizou a possibilidade de convívio com os pesquisadores, que formam outras referências de adultos responsáveis.
A segunda mesa contou com a presença da coordenadora do PIBIC-EM/Fiocruz, Cristiane Braga, e da coordenadora executiva da Etapa Iniciação do Programa de Vocação Científica (Provoc) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Telma de Mello Frutuoso. Na ocasião foi promovido um diálogo interinstitucional a partir das experiências da Fundação Oswaldo Cruz, pioneira na Iniciação Científica para estudantes do ensino médio.
"É uma alegria vivenciar esse acolhimento que recebemos da Fundaj. A possibilidade de dialogar com profissionais que também se dedicam à formação na iniciação científica é muito valiosa. Sabemos o quanto a iniciação científica impacta a vida dos estudantes, seja no âmbito acadêmico, pessoal ou profissional, contribuindo significativamente para a trajetória desses jovens. Estar em uma instituição que acredita nesse processo formativo e que se dedica a abrir suas portas para esses jovens vivenciarem essa experiência é muito significativo. Partimos do princípio de que o jovem que tem acesso a esse tipo de formação desenvolve um outro olhar para a vida, ampliando seu senso crítico, responsabilidade, comprometimento e autonomia”, afirmou Cristiane Braga.
Ao longo do encontro, também foram apresentadas outras pesquisas. A doutora em Educação Rosa Maria Corrêa das Neves apresentou os resultados do trabalho “Análise Sócio-Histórica da Política de Iniciação Científica na Educação Básica no Brasil (Pibic-EM/CNPQ), entre 2010 e 2022: tradições científicas e de ensino científico em questão”, coordenado por ela, com a participação de Caroline Kelly Gonçalves de Souza e Reinaldo Lopes.
As doutoras Isabela Cabral Félix de Sousa e Ana Lucia de Almeida Soutto Mayor apresentaram “Construindo trajetórias: uma análise de continuidades e mudanças na trajetória de egressos de iniciação científica do ensino médio na Fundação Oswaldo Cruz”. O estudo buscou compreender os pontos de vista de jovens oriundos do ensino médio, de escolas públicas e privadas, envolvidos nos programas de iniciação científica da EPSJV e sua influência na trajetória profissional.
Ao fim do encontro, a coordenadora Cristiane Braga reforçou a importância da relação interinstitucional para ampliar o acesso à iniciação científica. “Infelizmente, ainda são poucos os jovens que têm acesso a essas oportunidades. Por isso, é essencial somarmos forças entre instituições e pessoas que acreditam nesse processo. Quanto mais conseguimos ampliar esse acesso, mais contribuímos para formar jovens capazes de transformar a sociedade e o cotidiano em que vivem. Agora, estamos em um momento de estreitar essa parceria e discutir possibilidades de desdobramentos desse processo. Temos o Observatório Juventude, Ciência e Tecnologia, que busca ampliar a rede de instituições que trabalham com iniciação científica. A partir deste evento e dos contatos realizados, esperamos que a parceria com a Fundaj se fortaleça cada vez mais e gere muitos frutos para a juventude brasileira", concluiu.